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Tabaco

Incidência de granizo registra salto nessa safra

Foto: Giovane Weber

Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul registraram maior número de lavouras atingidas pelo granizo e que foram comunicadas à Afubra

A incidência de granizo nas lavouras de tabaco registra um salto muito grande em 2020 em relação ao ano passado, na temporada 2019/20, e até mesmo em relação à safra 2018/19. Até terça-feira, 8, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) havia recebido 3.200 avisos de precipitações nos três estados do Sul, desde o início da safra 2020/21. E o número aumentou de forma significativa só no último final de semana, com os temporais verificados em localidades do Vale do Rio Pardo na madrugada de sábado para domingo.

Na mesma época da safra anterior, até essa data de setembro, eram 249 lavouras atingidas, o que sinaliza para o forte aumento nas incidências em 2020, inclusive em relação ao ciclo 2018/19. “Claro que cada ano sempre se comporta diferente”, observa o gerente de Pesquisa e Estatística da entidade, Paulo Vicente Ogliari. “Na safra 2018/19, por exemplo, foram cerca de 275 avisos no mesmo período. Mas em 2020 o clima está mesmo atípico, com muita variação de temperatura.” Além disso, em muitas regiões os produtores anteciparam o plantio, na expectativa de escapar de uma possível estiagem e dos dias quentes do verão. Com isso, as plantações agora são atingidas pelo granizo já em estágio mais avançado de desenvolvimento.

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Até a manhã de quarta-feira, 9, a Afubra havia registrado 1.090 avisos de lavouras atingidas pelas precipitações do último domingo. Venâncio Aires registrara 526 ocorrências; Santa Cruz do Sul, 512; e Candelária, 52. Conforme Ogliari, a equipe do Departamento Mutualista encontrava-se reunida, esperando que parasse a chuva, e já contava com cerca de 40 avaliadores na região, com os reforços oriundos de filiais do Rio Grande do Sul. Tão logo o clima melhorasse, possibilitando o acesso às lavouras com os equipamentos (tablets, no caso), o grupo sairia a campo para efetuar os levantamentos.

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Produtores de tabaco de toda a região seguiam contabilizando os prejuízos e avaliando a situação de suas plantações após a incidência do granizo na madrugada de sábado para domingo. Pelos relatos dos agricultores, os estragos de fato foram mais intensos em Venâncio Aires e Santa Cruz, mas outras localidades também sofreram com o temporal.

Com isso, em pleno feriado de 7 de setembro, e também ao longo de terça, à medida que a chuva diminuía, as famílias puderam se dirigir às lavouras para avaliar efetivamente os danos e a melhor forma de contornar esse quadro. Até por esse contexto, a Afubra acredita que ao longo dos próximos dias mais avisos de problemas causados pelo granizo do fim de semana deverão chegar à entidade.

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Número cresceu cerca de 50% só no domingo
A incidência de granizo aumentou somente no domingo cerca de 50% em relação a todas as comunicações que a Afubra havia registrado na safra até aquele momento, nos três estados do Sul. A informação foi transmitida por Paulo Vicente Ogliari, gerente de Pesquisa e Estatística da entidade, em entrevista à jornalista Maria Regina Eichenberg, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9. “Até sábado já tínhamos cerca de 2.130, e naquele dia, na madrugada para domingo, deu mais 1.050, dos que já temos em mãos”, disse – afora eventuais avisos que ainda poderiam ser enviados.

A tendência, segundo Ogliari, com base em sua experiência de situações similares anteriores, é de que esse número aumente ao longo da semana, por causa das comunicações tardias que alguns agricultores fazem. “Temos muitos produtores de tabaco em nossa região, e acredito que esse número pode aumentar até de forma significativa ainda. Pode até dobrar”, frisou. Ele observou que as mudanças bruscas de temperatura registradas nas últimas semanas já sinalizavam para o risco de ocorrência de granizo.

De acordo com Ogliari, é importante que o produtor comunique o quanto antes o Departamento Mutualista, ou mesmo o orientador agrícola da empresa à qual é vinculado, para que a Afubra possa movimentar sua equipe da maneira mais rápida e eficiente. Mas enfatizou que alguns agricultores não conseguem conferir logo a lavoura, em função do mau tempo, e assim só avisam mais tardiamente sobre a ocorrência, depois que constataram os danos nas plantações. “Como são regiões próximas da nossa sede, e de área urbana, conseguimos nos movimentar rápido”, referiu.

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Sua expectativa, considerando o número de avisos, era de que em uma semana todas as propriedades tivessem sido visitadas. E a orientação é para que os produtores evitem remexer nas folhas ou atuar nas lavouras enquanto a equipe de avaliação não fez o levantamento.

Os estragos verificados na lavoura neste ano são fortes porque em diversas áreas na região as plantações já estão próximo da colheita, e alguns produtores até já começaram a colher. “Nesses casos, o prejuízo acaba se tornando grande para o agricultor”, comentou Ogliari. “Menos mal quando ele tem a cobertura do Departamento de Mutualidade. Mas a gente sabe que nunca é a mesma coisa do que ele efetivamente colher e comercializar o seu tabaco.”

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Prazo para inscrição vai até 31 de outubro
O Sistema Mútuo da Afubra cobre os prejuízos causados por granizo e granizo/tufão, de acordo com a modalidade pela qual o associado optou no momento de inscrever suas lavouras. Fumicultores que desejam inscrever suas lavouras têm prazo até 31 de outubro. Para aqueles que antecipam o pagamento até o final de setembro, o desconto é de 3%, e até o fim de outubro, 2%.

Desde a safra 2017/18, o prazo de carência passou a ser de sete dias, a partir da entrega dos pedidos de inscrição de lavouras na Afubra, matriz e filiais, e postagem no Correio. O produtor devedor terá direito ao auxílio após a quitação de débitos, também contando os sete dias de carência. A nova regra foi aprovada na Assembleia Geral Ordinária, em julho de 2016.

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