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FALANDO EM DINHEIRO

Cuidados para evitar golpes a partir do uso do PIX

Há muito tempo – talvez nunca antes -, um produto financeiro causou tamanha repercussão, nem caiu no gosto dos brasileiros como o Pix – sistema de pagamentos instantâneos. Com operação iniciada em novembro de 2020, dados do Banco Central informam que, em abril, o meio de pagamento já tinha 118 milhões de usuários (109,8 milhões de pessoas físicas e 8,5 milhões de pessoas jurídicas), com 438 milhões de chaves registradas.

A praticidade e velocidade do Pix tem, também, atraído a atenção de criminosos e golpistas que perceberam ali um enorme campo de possíveis “vítimas” para serem abordadas e exploradas, aproveitando-se principalmente do desconhecimento e da ingenuidade de muitos usuários. De janeiro a abril deste ano, a empresa de segurança na internet PSafe afirma que foram bloqueadas mais de 3 milhões de tentativas de golpes financeiros no Brasil, incluindo os que tem o Pix como alvo. Isso corresponde a mais de 25 mil tentativas por dia. As mais comuns são o contato de funcionários falsos de bancos e instituições financeiras, a invenção do sequestro de parentes ou amigos e a clonagem de perfis do WhatsApp para pedidos de transferências de dinheiro aos contatos.

Com o Pix, que é uma ferramenta  muito prática, voltaram dois crimes que estavam um pouco esquecidos:  sequestros-relâmpagos e os roubos à mão armada. Uma estudante foi abordada e mantida no interior do próprio carro, durante duas horas, enquanto as contas bancárias dela eram esvaziadas, por meio de transferências pelo Pix. O mesmo pode acontecer quando o cidadão perde ou tem o celular furtado. Os criminosos descobrem as senhas de aplicativos de bancos e outras instituições financeiras e aplicam o “golpe do limpa tudo”, fazendo transações para levar todo o dinheiro da vítima. Fica ainda mais fácil para o golpista quando o celular está desbloqueado, embora, segundo especialistas, os assaltantes utilizem a opção “esqueci minha senha” e conseguem cadastrar uma nova.

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Pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revela que 86% dos brasileiros tem muito ou algum medo de serem vítimas de fraudes, golpes ou violação dos dados pessoais. Por isso, a Folha de São Paulo ouviu especialistas em segurança bancária e os maiores bancos, extraindo deles cinco principais dicas de segurança para quem usa o Pix:

  1. Tenha cuidado ao utilizar o app do banco (de preferência em casa, evitando usar wi-fi de shoppings, bares ou qualquer outro tipo de local público); e com a respectiva senha: não anote-a no bloco de notas do celular, nem num papelzinho junto ao aparelho. Muitas pessoas usam um aparelho reserva para baixar apps de bancos ou, quando vão a algum evento de grandes aglomerações, onde acontecem muitos roubos, simplesmente deletam o aplicativo do celular;
  2. Diminua o valor que pode ser transferido por Pix: no período noturno, valor acima de R$ 1 mil precisa ser liberado  pelo cliente;
  3. Sempre confirme os dados de quem vai receber o Pix;
  4. Cuidado com as transferências: um golpe que tem acontecido com frequência é a clonagem de foto ou de números de telefone e WhatsApp. Por isso, confirmar se o pedido de valores de empréstimos ou de pagamento de alguma conta, sob a alegação de problemas técnicos no celular, está sendo feito, efetivamente, pelo familiar ou conhecido;
  5. Jamais clique em links pra cadastrar a chave Pix.

Em caso de roubo ou extravio do celular, o recomendando é acionar imediatamente o banco (se tiver instalado algum aplicativo) e a operadora de telefonia para efetuar o bloqueio da linha, além de providenciar um Boletim de Ocorrência (BO). Outro cuidado fundamental é conferir o destinatário do valor transferido. Ao postar a chave de algum favorecido, basta digitar um número errado ou uma letra diferente, quando a chave Pix é um e-mail, para correr o risco de o dinheiro cair em conta indevida, ainda mais quando ocorrem, de vez em quando, vazamentos de dados de natureza cadastral relacionados com o Pix.

Foi o que aconteceu com a Globo que entrou na justiça para reaver o valor de R$ 318.600,40, transferido para conta indevida. Após entrar em contato com o homem que recebeu por engano a quantia, o mesmo informou não ter como devolver o dinheiro já que o teria investido na compra de um imóvel. O imbróglio da Globo levanta outra questão. Muita gente acha que “achado não é roubado”. Mas, pode ser crime! Receber uma quantia de Pix por engano não é crime, mas tomar conhecimento da entrada do dinheiro por erro de quem o transferiu e, ainda assim, ficar com a grana e a usar como se realmente lhe pertencesse é conduta que pode redundar em responsabilização tanto na esfera cível, quanto na criminal (crime de apropriação, previsto no artigo 169 do Código Penal).

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O Pix está se tornando um dos principais meios de pagamento disponíveis no Brasil e diversas funcionalidades vem sendo adicionadas ao sistema. Uma delas é o Pix parcelado, que permite que os usuários parcelem o valor da transação. Diversos bancos já oferecem o parcelamento, como uma espécie de cheque pré-datado ou cartão de crédito, mas com a cobrança de juros. O problema é que a facilidade pode virar uma “bola de neve” no futuro porque os maiores vilões das finanças pessoais são os gastos pequenos, que as pessoas acabam não percebendo. Por isso, é recomendável observar algumas dicas para não se endividar com o Pix parcelado:

  1. Estabelecer um limite mensal para estes pequenos gastos;
  2. Criar um grupo no WhatsApp, onde seja possível enviar o comprovante ou registrar alguma transação, somando o valor já gasto durante o mês. Ao atingir o limite estipulado, é o momento de parar;
  3. Respirar e contar até dez antes de parcelar o valor de uma compra. 

As transações via Pix são seguras, sendo tudo registrado e totalmente rastreado. O problema é que o dinheiro transferido para contas de criminosos é imediatamente sacado por  clientes “laranjas”, o que torna difícil a recuperação. Ainda não há consenso sobre quem deve arcar com o prejuízo em golpes aplicados, utilizando o Pix. No caso de um sequestro-relâmpago, por exemplo, a própria vítima realiza ou informa, sob ameaça, os dados do login no aplicativo do banco e faz a transferência. Infelizmente, a insegurança está no ambiente e na sociedade em que vivemos.

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