Acidentes na chamada “curva dos Knak”, no quilômetro 13 da ERS-400 – rodovia que liga Candelária à região Centro-Serra –, se tornaram cada vez mais frequentes. O local tem uma curva fechada para a esquerda e um penhasco com mais de 100 metros de altura. O guardrail instalado ali permanece destruído pela série de colisões e não oferece a segurança necessária aos usuários da rodovia. Os veículos que caem são, na sua maioria, caminhões.
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Foi o que aconteceu na noite de terça-feira, 13, com o Mercedes-Benz Atego 2426, da cidade de Pinhal, conduzido por Giancarlo Joel de Souza, 48 anos. Natural de Augusto Pestana, mas residindo em Ijuí, Souza transportava 18 bovinos pela ERS-400 no sentido Sobradinho–Candelária. Por volta das 20h40, o motorista teria perdido o controle na descida da serra e despencou na ribanceira.
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Apesar das dificuldades de acesso, a equipe dos Bombeiros Voluntários de Candelária conseguiu chegar ainda à noite ao ponto onde o caminhão estava e constatou que motorista e animais estavam sem vida. Como o veículo ficou ancorado em uma árvore e oferecia risco de deslizar, os bombeiros voluntários optaram por esperar o dia amanhecer para fazer a remoção.
A operação contou com um caminhão-guincho cedido pela Rota de Santa Maria e uma escavadeira da Prefeitura de Candelária. Com o trabalho, o trânsito precisou ser bloqueado nos dois sentidos e só foi liberado no início da noite dessa quarta-feira, 14.
O corpo de Souza foi encaminhado para exame de necropsia no Posto Médico-Legal de Santa Cruz do Sul. A Polícia Civil de Candelária apurou que o caminhão seguia para Santa Maria. O caso vai ser investigado.
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Bombeiro voluntário já viu 11 mortes no local
A “curva dos Knak” tem sido cenário, na sua maioria, para acidentes com morte, muitos deles envolvendo caminhões que perdem o controle na descida da serra e caem na ribanceira. O presidente administrativo dos Bombeiros Voluntários de Candelária, Arzélio Strassburger, relata que em 18 anos de corporação já atendeu muitos casos e presenciou 15 óbitos – 11 pessoas que perderam a vida no local e outras quatro que foram socorridas, mas morreram durante atendimento.
“O principal problema é que os motoristas acham que a descida da serra termina na ‘curva das cobras’, e aí é que se enganam”, diz o bombeiro voluntário. “Muitos não conhecem a rota, acabam perdendo o controle na descida e são surpreendidos na ‘curva dos Knak’, que é bem fechada. Daí caem no penhasco.”
Strassburger sugere que o Estado, por meio do Daer, construa uma mureta de concreto com aproximadamente 2 metros de altura para conter as quedas de veículos na ribanceira. “Acho que uma terceira pista não é prioridade no momento. Acredito que uma mureta de concreto resistente iria minimizar o impacto e evitaria as quedas.”
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