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INVESTIGAÇÃO

Família denuncia possível negligência no Hospital Regional de Rio Pardo após morte de paciente

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

Hospital Regional Rio Pardo

A morte de uma mulher levantou questionamentos quanto ao atendimento prestado no Hospital Regional de Rio Pardo. O caso envolve Neusa de Oliveira Moraes, 57 anos. Ela foi internada no dia 20 de junho, após apresentar sinais de paralisia dos membros inferiores em razão de um problema na medula. Segundo a família, o que deveria ser um atendimento rápido acabou virando motivo de angústia e dor.

Segundo a filha, Anielli de Oliveira Moraes, de 31 anos, após dar entrada na casa de saúde, a mãe teria ficado mais de 24 horas sem medicação para dor e assistência. “Depois de implorarmos a medicação para dor e pedir exames, foi constatado que se tratava de uma compressão na medula. O Hospital de Rio Pardo deveria ter encaminhado para um especialista neurocirurgião, o que não foi feito”, disse a filha.

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Anielli questiona a conduta da equipe que prestou atendimento. “Minha mãe ficou internada por quatro dias sem banho de leito, sem troca de curativos e sem movimentos. Em caso de um paciente acamado, é importante que a equipe de enfermagem movimente a pessoa para não correr riscos de outras complicações”, observa a filha.

Paciente Neusa de Oliveira Moraes

Neusa teria sido entubada no dia 24 de junho, após uma pneumonia severa. “Após 24 horas entubada, ela apresentou febre. Ela se manteve com febre por três dias e teve piora com paralisia nos rins”, conta.
Na última segunda-feira, Neusa foi transferida para o Hospital São Francisco de Assis, em Santa Maria, com vaga conseguida após uma ação judicial movida pela família. No entanto, não resistiu e morreu na noite da última terça.

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“Por todas as explicações dos médicos de Santa Maria, inclusive está no atestado de óbito, a minha mãe chegou lá em uma situação irreversível e não haveria mais o que fazer. Se ela tivesse chegado dois dias antes, poderia ter sido salva”, conta a filha.

Após a morte da mãe, Anielli acionou a ouvidoria no SUS e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Rio Pardo. Em contato com a Gazeta do Sul, o delegado Anderson Faturi, titular da DP de Rio Pardo, disse que recebeu a ocorrência. “Não compete à Polícia Civil apurar. Isso precisa ser investigado pelo próprio hospital, e à família caberá uma ação indenizatória. Crime temos quando há uma recusa em atender e a pessoa vem a óbito. Erro médico é cível”, explicou.

Hospital diz que seguiu protocolos clínicos no atendimento

Em nota enviada à Gazeta do Sul nessa sexta-feira, 4, o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo manifestou-se sobre o caso. No texto, a casa de saúde explica que a paciente deu entrada por volta das 10 horas do dia 20 de junho, ocasião em que foi imediatamente acolhida pela equipe de triagem às 10h17, conforme registro de triagem. Às 10h26, ela foi submetida à avaliação clínica e permaneceu desde então sob cuidados constantes. “É importante frisar que, em nenhum momento, a paciente ficou desassistida ou sem acompanhamento médico”, diz a nota.

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No comunicado, a direção do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo ressalta que a equipe multidisciplinar atuou com extremo cuidado, dedicação e dentro dos parâmetros técnicos exigidos para o quadro apresentado.

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“A afirmação de que a paciente teria permanecido 24 horas sem medicação para dor não condiz com os registros e condutas realizadas pelo corpo clínico do Hospital. Frisa-se que todo o atendimento prestado se encontra devidamente documentado, refletindo o comprometimento com a humanização e a segurança no cuidado dos pacientes”, acrescenta a instituição.

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O hospital frisa ainda que segue todos os protocolos clínicos exigidos, com foco na integralidade da assistência e no respeito ao paciente e seus familiares.

“Qualquer alegação que envolva suposta falha é apurada com rigor, mas, neste caso específico, os fatos e os registros demonstram que a atuação da equipe foi adequada.” O Hospital Regional salientou ainda que permanece à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.

Saiba mais

Moradora da Rua Boa Esperança, Bairro Bom Fim, em Rio Pardo, Neusa de Oliveira Moraes trabalhava no setor de produção de uma empresa de panificação do município. Ela tinha quatro filhos. O menor, de 15 anos, era dependente de seus cuidados. “Ela tinha uma vida inteira pela frente. Foi uma ótima mãe e colega de trabalho. Trabalhou uma vida toda para criar seus filhos”, disse a filha. Os atos fúnebres ocorreram na última quarta-feira em Rio Pardo.

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