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“Fazer o outro rir é inexplicável”, diz santa-cruzense premiada no Açorianos

Ana foi indicada por performance em um espetáculo apresentado em Porto Alegre | Foto: Edson Antoni

A história de uma palhaça com medo de morrer fez com que uma artista santa-cruzense fosse destaque no Prêmio Açorianos de Teatro Adulto, Circo e Tibicuera de Teatro para público Infantojuvenil 2023. Ana Carolina Müller Fuchs, de 49 anos, conquistou o troféu de melhor performer de comicidade circense e palhaçaria. A premiação – considerada a maior envolvendo as artes cênicas no Rio Grande do Sul – ocorreu na noite de 27 de março, no Teatro Renascença, em Porto Alegre. Foram entregues troféus para os vencedores de 12 categorias.

Ana foi indicada por sua atuação no espetáculo Meia Década Cabarezin. Na trama, seis palhaças se encontram para organizar a festa de aniversário do cabaré do título e, durante a preparação, recordam momentos que viveram juntas. Em uma cena específica, sua personagem, a Palhaça Generosa, prestes a completar 50 anos, fica preocupada com a saúde. Assim, faz de tudo para continuar viva. “Os números de palhaçaria feminina estão sempre muito ligados com as narrativas que vivemos. E, no meu momento de quase 50 anos, merecia um pouco de riso”, contou.

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Filha de Roberto Madeira Fuchs e Dulci Müller Fuchs, a artista nasceu no dia 6 de junho de 1974. A chegada de um circo a Santa Cruz era um momento bastante esperado pela futura artista, que costumava observar a rotina das trupes. “Minha mãe contava que, quando criança, eu dizia que iria fugir com o circo.”

Começou sua carreira artística no Grupo Teatral Polivalente, no início da década de 1990. Participou de peças que lotaram teatros da região. Lembrou que, em uma apresentação em Sobradinho, deparou-se com uma fila enorme que dobrava a esquina. Mais tarde, mudou-se para Porto Alegre, onde concluiu a licenciatura em educação artística, com ênfase no teatro. Também obteve o mestrado e o doutorado em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) – o tema da pesquisa foi o riso, a comicidade e a palhaçaria feminina.

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Atualmente, Ana Carolina é professora de teatro do Colégio de Aplicação da Ufrgs e palhaça. Também atua com o coletivo de palhaçaria feminina As Theodoras e com As Baphonicas Produções. Ela é mãe de Raphael Fuchs Silveira, de 20 anos, que estuda cinema de animação em Pelotas, e Mikael Fuchs Silveira, de 10 anos.

Artista exibe o troféu de comicidade | Foto: Pati de La Rocha

Ana já foi indicada para outras categorias do Prêmio Açorianos. Uma como atriz coadjuvante, logo que chegou a Porto Alegre. Na outra, como figurinista de um espetáculo infantil do grupo Depósito de Teatro. Foi a primeira vez que ela reccebeu o Açorianos de Circo, que é uma categoria nova dentro da premiação. Para a santa-cruzense, receber a estatueta tem um significado muito maior do que o reconhecimento pelo seu trabalho, e que carrega muito mais que a sua história. “É a valorização de uma estrada construída por mulheres cômicas, por palhaças, que abriram os caminhos para eu estar aqui nesse momento”, ressaltou.

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A arte de provocar risos

Ana Carolina é palhaça por profissão há cerca de três décadas. Conheceu a arte na universidade. A partir daí, participou de cursos e espetáculos que puderam aproximá-la de profissionais de todo o Brasil. 
Durante as primeiras práticas, enquanto conhecia mais sobre a palhaçaria, sentiu-se profundamente envolvida no ofício. “Fazer o outro rir é algo inexplicável. Causar algo, mexer, provocar, estar presente juntos é muito importante pra mim e acredito de fato que isso cria movimentos de mudança”, afirmou.

Palhaça Generosa foi criada em 2000 | Foto: Acervo Pessoal

Por volta de 1996, passou a se apresentar em hospitais, um trabalho que desempenhou por quase uma década. Em 2000, durante um curso com a professora de artes cênicas Ana Elvira Wuo, nasceu a palhaça Generosa. A personagem a acompanharia pelas próximas duas décadas. “Minha palhaça é sempre a Generosa, e ela tem seus múltiplos percursos ou muitas cenas”, explicou.

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Ao longo desse período, a Generosa foi evoluindo, à medida que Ana desenvolvia suas técnicas em novos espetáculos. Em um deles, ela buscou um marido, já atuou em uma cena sobre maternidade, participou de uma apresentação online com um grupo de palhaças durante a pandemia até chegar à cena que garantiu a ela o Prêmio Açorianos 2023.

Para saber mais

O Prêmio Açorianos de Teatro Adulto, Circo e Tibicuera de Teatro para público Infantojuvenil 2023 foi concedido pela Prefeitura de Porto Alegre. O objetivo é homenagear os artistas e espetáculos, valorizando esses profissionais que contribuem com as artes cênicas na capital gaúcha. Ao todo, foram entregues troféus para 12 categorias. Para selecionar os vencedores, a avaliação levou em conta diferentes critérios, desde a qualidade artística, criatividade, originalidade, até domínio de técnicas e coerência da linguagem.

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