Santa Cruz do Sul mostra para todo o País (e para a América Latina) o amor à sétima arte durante o 8º Festival de Cinema. Suas bandeirolas, instaladas nos arcos do Túnel Verde, na rua central, embelezam a cidade e convidam o público para uma semana dedicada ao universo audiovisual.
A partir desta terça, 10, até sexta-feira, 13, o auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) transforma-se no Dolby Theater, famoso cinema norte-americano palco da premiação do Oscar. É a oportunidade para o público se conectar com atores, diretores e realizadores dos curtas-metragens que serão exibidos na Mostra Competitiva Nacional e na Olhares Daqui.
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A cada ano, a comissão organizadora do festival incrementa novidades. E em 2025 não foi diferente. Já consolidado, o evento traz mudanças significativas nesta edição, sem perder sua essência, voltada a fomentar o audiovisual e a economia criativa no Vale do Rio Pardo. Com isso, Santa Cruz apropria-se temporariamente do título dado a Los Angeles, na Califórnia, e torna-se a nova meca do cinema.
Mais do que uma celebração ao cinema, uma oportunidade de gerar negócios
Além da exibição dos curtas-metragens, da celebração aos artistas homenageados e da entrega dos troféus Tipuana, o Festival Santa Cruz de Cinema inclui em sua programação oficinas e palestras com profissionais e talentos do setor. Na oitava edição, o evento vai além, com momentos dedicados a evidenciar o potencial econômico do audiovisual e fomentar ainda mais as produções audiovisuais em Santa Cruz do Sul.
O principal destaque será a rodada de negócios, que ocorrerá na manhã da próxima sexta-feira, 13, no Hotel Aquarius. Em parceria com o Santa Cruz Polo Audiovisual, o objetivo é aproximar os cineastas locais de profissionais referenciais do mercado. A iniciativa contará com sessões de pitchings (apresentações rápidas) de cinco minutos, para as produtoras exibirem seus projetos a produtores.
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Entre os nomes confirmados está Bia Caldas, referência nos bastidores do audiovisual nacional. Em sua trajetória, que se iniciou há cerca de três décadas, acumulou em seu currículo sucessos como Cidade dos Homens, Arcanjo Renegado e Cangaço Novo. Também contribuiu em produções internacionais gravadas no Brasil, como Velozes e Furiosos 5 e Os Mercenários.
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Mais recentemente, teve um papel importante na produção de séries de ficção para a Amazon Studios Brasil, entregando mais de 15 temporadas para o streaming. Quem também marca presença é Carla Esmeralda, considerada uma das principais articuladoras do audiovisual brasileiro. Com carreira de 45 anos, assumiu a missão de aproximar criadores do mercado. Há ainda Rodrigo Boecker, responsável pelo conteúdo da produtora de cinema GLAZ. Atuou por 16 anos na TV Globo, 12 deles dedicados à dramaturgia, com participação em obras como Lado a Lado e Império, premiados pelo Emmy Internacional.
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A iniciativa, conforme Diego Tafarel, é um antigo desejo entre os idealizadores do festival. Para o integrante da comissão organizadora, o evento torna-se não apenas uma celebração ao cinema, mas também uma oportunidade de negócios. “Esses três players vão dar um peso para o festival. Nós já conquistamos o mais importante, o interesse do público e dos cineastas. Agora, abrimos o olho para o mercado”, destacou.
Na avaliação de Roberta Pereira, que também integra a organização do evento, a atividade evidencia o cinema como um setor econômico, responsável pela geração de empregos e de renda.
Um passo para a internacionalização
O Festival Santa Cruz de Cinema dá início à sua internacionalização com a Mostra Pantalla Maldonado. Em parceria com o Departamento de Maldonado, no Uruguai, a oitava edição exibe na quinta-feira, 12, quatro produções no Cine Santa Cruz: El visitante, de Lucía Nieto; Floren, de Abril Osores; No piensen en mi, de Lorenzo Baldi; e Figuración, de Delfina Herrera Coraza. Os idealizadores das obras uruguaias confirmaram presença em Santa Cruz do Sul. Conforme Rudinei Kopp, desde a primeira edição do evento, os organizadores desejavam, com o passar dos anos, exibir produções de países da América do Sul.
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Conexão entre turismo e cinema
O potencial da sétima arte para atrair turistas volta a ganhar destaque no Festival Santa Cruz de Cinema com a realização de um painel direcionado ao tema. Em “Governança e turismo cinematográfico”, organizado pela Santa Cruz Film Commission, profissionais das duas áreas vão evidenciar que, se combinados, podem implementar a geração de renda nos municípios que se tornam cenário de produções audiovisuais.
O painel contará com a secretária municipal de Turismo, Jaqueline Marques de Souza, e representantes de Films Commissions do Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador. O cineasta e secretário de Cultura de Bagé, Zeca Brito, e o realizador audiovisual e gestor de Políticas Públicas para o Audiovisual em João Pessoa, Paulo Roberto, também estão confirmados.
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Segundo a diretora da Santa Cruz Film Commission, Natália Corrêa, o encontro é uma oportunidade para conhecer experiências sobre como o audiovisual tem contribuído para o desenvolvimento local em diferentes contextos. “A proposta é que cada participante compartilhe práticas bem-sucedidas e os impactos positivos da atuação das film commissions em suas regiões, especialmente nas áreas de turismo, economia e gestão pública, além dos desafios enfrentados e das lições.”
Na sua avaliação, o evento aumenta a compreensão sobre o impacto que as produções audiovisuais geram na região. Natália observa que Santa Cruz tem uma Film Commission muito ativa, que já atrai produções para a cidade. “Essas produções movimentam a economia local, geram empregos, fortalecem a cadeia criativa e contribuem para a projeção da cidade como destino turístico. Discutir o turismo cinematográfico, nesse contexto, é uma forma de valorizar esse potencial e pensar em maneiras de aproveitar.”
“O festival é uma vitrine de oportunidades”
O secretário municipal de Turismo e Economia Criativa, Douglas Albers, afirma que Santa Cruz do Sul é talvez o município com menor número de habitantes do Estado a realizar um festival de tamanha grandeza. “Isso nos deixa muito felizes. Estando secretário, nosso papel é sempre o de fomentar cada vez mais eventos já existentes e que são sucesso”, destaca.

Muitas vezes, segundo ele, o fato econômico que o Festival de Cinema move não é percebido. “Quando fazemos o festival, além de enaltecer bons filmes, curtas e assim por diante, estamos vendendo a imagem da nossa cidade. E quando algo é filmado por aqui, é uma gama de segmentos que se movimenta, e muitas vezes não nos damos conta disso”, observa.
Albers menciona que as produções mobilizam costureiras, serralheiros e marceneiros, além da rede hoteleira e da gastronomia. “Isso que citei é dinheiro que fica na cidade, que roda pela cidade. O prefeito Sérgio Moraes sempre salienta que o melhor dinheiro que o município pode arrecadar é aquele que essas produções de fora deixam aqui.”
Na avaliação de Albers, Santa Cruz sempre foi exemplo no cenário audiovisual, com uma gama de profissionais que atuam no setor. “O festival é, sem dúvida nenhuma, vitrine de oportunidades que, além de destacar o trabalho individual de cada profissional, ainda vende nossa cidade e movimenta a economia.”
Programação completa do evento:
10 de junho (terça-feira)
- 19 horas – Abertura oficial
- Local: auditório central da Unisc (Avenida Independência, 2.293 – bloco 24)
Mostra Olhares Daqui
- O INQUILINO, de Jordana Beck
Mostra Nacional
- CHIBO (RS), de Gabriela Poester e Henrique Lahude
- FLOR (RS), de Joana Bernardes
- DEZESSEIS (MT), de Hamsa Wood
- A CASA AMARELA (PR), de Adriel Nizer
- RUÍDO (PR), de Gui Souza
- VÃO DAS ALMAS (DF), de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape
11 de junho (quarta-feira)
- 14 horas – Painel “Governança e Turismo Cinematográfico” (Santa Cruz Film Commission)
- Local: Sala de Conferência do Hotel Aquarius (Avenida João Pessoa, 144 – Centro)
- 16h30 – Sessão de autógrafos do Dicionário de filmes gaúchos, de Glênio Póvoas
- Local: Livraria Iluminura (Rua Borges de Medeiros, 471 – Centro)
- 19 horas – Exibição dos curtas-metragens
- Local: auditório central da Unisc
Mostra Olhares Daqui
- GARIMPO, de Paloma Jahnke e Dener Augusto
Mostra Nacional
- POSSO CONTAR NOS DEDOS (RS), de Victória Kaminski
- ANA CECÍLIA (RS), de Julia Regis
- JÚPITER (MT), de Carlos Segundo
- BENÇA (PR), de Mano Cappu
- SONECA E JUPA(MG), de Rodrigo R. Meireles
- ATENTADO AO MONEGASCO (RJ), de Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud
12 de junho (quinta-feira)
- 9h30 – Workshop Produção Executiva
- Local: Sala de Conferência do Hotel Aquarius
- 10h30 – Coletiva com homenageados da oitava edição
- Local: auditório central da Unisc
- 14 horas – Mostra Pantalla Maldonado
- Local: Cine Santa Cruz (Avenida Sen. Alberto Pasqualini, 18)
- EL VISITANTE, de Lucía Nieto;
- FLOREN, de Abril Osores;
- NO PIENSEN EN MI, de Lorenzo Baldi;
- FIGURACIÓN, de Delfina Herrera Coraza
- 19 horas – homenagens
- Araci Esteves – homenageada do 8º Festival Santa Cruz de Cinema
- Allan Souza Lima – Prêmio Tuio Becker
- Local: auditório central da Unisc
Mostra Olhares Daqui
- A BALADA DE UM ARTISTA EM EXTINÇÃO, de Vitz Almeida e Maurício Bremm
Mostra Nacional
- PASTRANA (RS), de Gabriel Motta e Melissa Brogni
- À BORDA DA VIDA (RS), de Camila Bauers
- DEPENDÊNCIAS (RJ), de Luisa Arraes
- LIVRE PARA MENSTRUAR (SP), de Ana Paula Andersonr
- BORDERÔ (BA), de Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter
- CAVALO MARINHO (PE), de Leo Tabosa
13 de junho (sexta-feira)
- 10 horas – Rodada de negócios (sessões de pitching)
- Santa Cruz Polo Audiovisual
- Local: Sala de Conferência do Hotel Aquarius
- 19 horas – Cerimônia de premiação
- Local: auditório central da Unisc
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