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Francisco Teloeken: “Setembro Amarelo alerta para a relação entre problemas financeiros e depressão”

Foto: Freepik.com

A expectativa é de que cerca de 350 pessoas participem da programação

Todos os anos, neste mês, é realizada a campanha mundial de prevenção ao suicídio – o Setembro Amarelo. O movimento começou nos Estados Unidos, em 1994, depois que os pais do filho adolescente de 17 anos, encontrado morto dentro de seu carro Mustang de cor amarela, distribuíram em homenagem, no velório, uma fita amarela.

Desde então, surgiram várias iniciativas de prevenção ao suicídio: 1) a Organização Mundial da Saúde (OMS) chancelou o dia 10 de setembro como data especial para chamar a atenção para o suicídio; 2) no Brasil, em 2015, o Centro de Valorização à Vida (CVV) criou o mês do Setembro Amarelo; 3) em Santa Cruz do Sul, por mobilização dos voluntários do CVV, foi aprovada a lei municipal 7.829, instituindo o Setembro Amarelo; 4) o empresário Cláudio Spengler, autor do livro Viver sempre, autoextermínio nunca, mantém, há vários anos, o “Enxugando Lágrimas – Grupo de Autoajuda no Combate à Depressão” além de dar palestras sobre o assunto. O objetivo de cada uma dessas iniciativas é promover a conscientização e prevenção do suicídio.  

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Trata-se, evidentemente, de um assunto grave e, ao mesmo tempo, triste e delicado, que passa quase despercebido, só causando alguma reação mais forte na sociedade quando envolve alguma pessoa mais conhecida.

De acordo com a médica Cláudia Weine Cruz, que pesquisa casos de suicídio, existem várias vertentes que podem levar ao suicídio: biológicas (depressão e demais transtornos); sociológicas (homens-bomba e esposas de hindus que se imolam junto ao marido morto); e subjetivas (questões psicológicas). Ainda, que, geralmente, o suicídio vem precedido, durante algum tempo, de um quadro de depressão que pode apresentar sintomas diferentes em cada pessoa e que o potencial suicida sempre emite sinais que as pessoas do entorno não reconhecem, achando tratar-se de frescura ou coisa de alguém que quer chamar a atenção.

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Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 2 deste mês, revelam que mais de um bilhão de pessoas vivem atualmente com transtornos mentais em todo o mundo. Desses, a depressão – mal do século 21 -, segundo estimativa da OMS, afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, seriam 12 milhões de pessoas, com maior incidência entre as mulheres, sendo que, como consequência devastadora de transtornos mentais, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 12 mil brasileiros acabam perdendo a vida por suicídio, a cada ano. Além disso, a Agência Brasil revelou que o Sistema Único de Saúde (SUS) registra mais de 30 internações diárias por tentativa de suicídio.

Os custos ligados aos transtornos mentais impressionam tanto pelo impacto humano quanto pelos efeitos econômicos. Embora os gastos diretos com saúde já sejam altos, os custos indiretos representam a maior parte do prejuízo. No Brasil, os afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão triplicaram em uma década: de cerca de 90 mil, em 2015, atingiu 307 mil de casos em 2024.

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De acordo com a OMS, os transtornos mentais se manifestam em todas as idades, rendas e comunidades. Embora homens e mulheres estejam expostos a riscos semelhantes, os índices de ansiedade e depressão apresentam maior incidência entre as mulheres. O acúmulo de tarefas, cobranças sociais, insegurança financeira e a necessidade de conciliar diferentes papéis têm elevado os índices de transtornos emocionais entre elas.

Ansiedade, depressão, burnout e outras condições psiquiátricas aparecem com frequência nesse cenário. Entre os jovens, a depressão é causada pelo bullying, falta de adaptação social, mau desempenho escolar, cobranças. Já os idosos entram em depressão, principalmente, pela falta de sentido na vida e, entre os homens, pelos padrões tradicionais de masculinidade, marcados pela resistência em demonstrar fragilidade ou pedir ajuda, formando o grupo mais vulnerável, com o crescente número de desfechos trágicos. E os adultos, no geral, por uma série de problemas, sendo um deles as dificuldades financeiras.

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Recente levantamento do Serasa constatou que 77 milhões de brasileiros estão negativados, com o nome “sujo”, impedidos de comprar a crédito e obter empréstimos. Além dos problemas financeiros, as dívidas podem criar problemas de saúde. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC, 82% dos inadimplentes sentem impactos físicos e mentais: falta de sono, menos vontade de sair, alterações no apetite, compras compulsivas, ansiedade e outros impactos emocionais negativos como a depressão por não conseguirem manter as contas em dia.

Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais da Educação Financeira (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, postou, em seu canal Dinheiro à vista, o vídeo “Educação Financeira e Depressão”. Nele, Reinaldo fala que, quando o assunto é dinheiro – e não é só a escassez, a sobra também – a chance de entrar em depressão é quatro vezes maior que qualquer outra causa. Com problemas financeiros, inadimplente e com o nome sujo a pessoa fica acuada, triste e acaba em depressão.

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É o momento de pessoas do entorno – da própria família, dos grupos de amizades, religiosos ou mesmo da empresa – procurarem oferecer ajuda. Em situações mais graves, cabe sugerir ou encaminhar a pessoa que sofre com depressão e outras doenças mentais ou físicas a psicólogo ou psiquiatra. Mas, na maioria dos casos, uma boa conversa já pode ajudar a pessoa com problemas financeiros a mudar o seu foco.

A campanha do Setembro Amarelo deve ser entendida como responsabilidade de toda a sociedade. Dentre os vários fatores que influenciam na saúde mental, um deles, certamente, é a forma como as pessoas lidam com o seu dinheiro. Quando não existe clareza sobre ganhos, gastos e, principalmente, falta de planejamento, sentimentos de insegurança e ansiedade pela desorganização financeira podem se tornar gatilho para problemas emocionais mais graves. A DSOP Educação Financeira conecta a campanha do Setembro Amarelo aos cuidados que as pessoas devem ter com seu dinheiro:

  • 1) Planejamento como forma de prevenção: permite ter clareza sobre o presente e segurança em relação ao futuro, evitando situações de estresse.
  • 2) Definição de metas e limites: reduz a ansiedade e o estresse. 
  • 3) Estímulo ao diálogo e à esperança: a campanha do Setembro Amarelo reforça a importância de conversar sobre dificuldades emocionais para prevenir o suicídio. Da mesma forma, ao falar sobre Educação Financeira em família e na escola, é possível construir soluções conjuntas para os problemas financeiras, fortalecendo vínculos e criando a esperança de um futuro mais tranquilo.

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