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MEMÓRIA

Guerra em Santa Cruz (III)

Panorama Geral RIo Pardo Pintura retrata fuzilamento em Santa Cruz do Sul durante a Revolução Federalista

Nas duas últimas colunas, lembramos da invasão dos serranos à Vila de Santa Cruz, em fevereiro de 1894. O fato ocorreu durante a Revolução Federalista (1893-1895), quando um grupo com cerca de 500 revoltosos tomou a Intendência e a Cadeia. Eles foram expulsos dez dias depois, mas os reflexos do embate dos federalistas (maragatos) e republicanos (picapaus) permaneceram por um bom tempo, até com fuzilamento de pessoas.

A tropa rio-pardense, que expulsou os serranos (federalistas) comandados por Zeca Ferreira, permaneceu aqui por algumas semanas. Ela se retirou em 7 de junho de 1894 e foi substituída por uma força regular comandada pelo coronel republicano Antônio Carlos Chachá Pereira, apoiador de Júlio de Castilhos e com fama de disciplinador.

Chachá instalou-se na Intendência (Palacinho). Os 100 soldados que o acompanhavam ficaram em um acampamento na praça. Um dos episódios mais lamentáveis da sua passagem foi o fuzilamento realizado na frente do portão do cemitério municipal, que era onde hoje é a Igreja Evangélica (Rua Venâncio Aires esquina com 7 de Setembro).

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Segundo pesquisa do saudoso professor Hardy Martin, soldados prenderam três homens que supostamente estariam indo ao encontro de Zeca Ferreira (maragato e inimigo de Chachá) em Quatro Léguas (divisa de Santa Cruz e Soledade). Eles foram interrogados, mas como só falavam alemão, o coronel concluiu que eram espiões e os condenou à morte.

O vigário da vila, padre Forrer, conversou com os três, que estavam presos na Intendência. Dois encontravam-se amarrados em uma estaca e outro em um canhão. Não há registros sobre eles, mas é possível que fossem colonos serranos que vieram à vila a negócios.

Um observador desenhou a cena do fuzilamento. Ele só não foi fiel ao retratar o ambiente, pois os morros que aparecem no fundo do cemitério não existiam. Chachá Pereira ficou na vila por mais de mês, deixando os moradores preocupados com suas arbitrariedades. Ele era natural de Taquari, foi militar e deputado estadual castilhista. Participou de combates contra os federalistas (apoiadores de Gaspar Silveira Martins) e morreu em 1904.

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Fontes: Gazeta do Sul e pesquisa do prof. Roberto Radünz

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