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MAIS UM AUMENTO

Guerra faz subir o preço dos derivados do trigo e pão vai ficar mais caro

Foto: Alencar da Rosa

Um dos produtos mais queridos do brasileiro vem apresentando altas no preço e a situação está piorando desde que começou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O pão francês, o popular “cacetinho”, é um dos derivados da farinha que teve o preço elevado em 20%. Conforme o Sindicato das Indústrias de Panificação, Confeitaria e de Massas Alimentícias do Rio Grande do Sul (Sindipan-RS), nos últimos 15 dias, o valor do trigo aumentou 47% em razão do conflito e a farinha subiu 30%, resultando no acréscimo de 20% no valor dos derivados. 

O vice-presidente do Sindipan-RS, Arildo Bennech Oliveira, também vice-presidente da Fiergs, diz que nos últimos três anos a farinha já havia registrado aumento de aproximadamente 60%. Agora, a situação se agravou. “A Rússia e a Ucrânia são exportadores de trigo. Para ter uma ideia, nas últimas três semanas o Rio Grande do Sul exportou quase 300 mil toneladas, porque países como Líbano e Turquia se abasteciam na Rússia e Ucrânia. Nos portos da Ucrânia, tem mais de 5 milhões de toneladas de trigo que não saem porque os navios não conseguem chegar. Por isso, os países estão buscando o trigo em outros mercados.”

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Com a lei da oferta e procura, a Argentina, por exemplo, que também exporta o grão, aumentou os preços. Consequentemente, a Bolsa de Chicago, que regula os preços em nível internacional, também reajustou. “Uma tonelada que antes, em nosso Estado, era vendida a R$ 1,6 mil hoje está em R$ 2,1 mil”, revela Oliveira.

A expectativa é de que haja um cessar-fogo no Leste Europeu para que os navios consigam entrar. Mesmo assim, demoraria em torno de 30 a 60 dias. Isso faz o vice-presidente do Sindipan crer que, em um período de aproximadamente três meses, os preços sigam assim. A esperança também se encontra na próxima safra gaúcha. “É plantada em maio e junho para colher próximo de setembro, quando a gente já vai ter trigo novo”, completa.

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Peso no bolso: valor do quilo do “cacetinho” chega a R$ 12,00 em Santa Cruz do Sul | Foto: Alencar da Rosa

Quilo do pão vai aumentar nos mercados

A situação é difícil também nos mercados da região. O presidente do Sindigêneros Vales do Rio Pardo e Taquari, Celso Müller, observa que o preço da farinha está disparando há mais tempo, mas agora deu uma acelerada. “A farinha é um dos produtos que mais subiram nos últimos dois anos. A média do preço que cobramos há dois anos é de R$ 9,90 no quilo do pão francês. Uns mercados um pouco menos, outros mais, mas é essa média. E nesse período aumentou de R$ 44,00 para R$ 78,00 o saco de 25 quilos de pré-mistura para fazer o pão francês”, destaca. 

Müller complementa que, mesmo com a disparada frequente no preço da farinha, os supermercados estão conseguindo segurar o valor cobrado no pão para não prejudicar tanto o consumidor. “É notório que estamos dando uma mão para não subir, porque está difícil. Agora vamos ter que ficar subindo devido a esses aumentos.”

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Banho de água fria após a Covid-19

Na Padaria Pritsch, de Santa Cruz do Sul, o quilo do cacetinho aumentou para R$ 12,00. Segundo a coordenadora administrativa Vivian Pritsch, todos os farináceos tiveram aumento de 10% nos produtos vendidos a quilo. Porém, os produtos vendidos por unidade, como tortas, também vão sofrer reajustes em breve. “A gente depende do trigo argentino, que sofre com a estiagem, como a gente aqui. E no mercado externo, a Rússia e a Ucrânia são grandes produtores de trigo. Assim, o mercado europeu tem que adquirir de outro lugar.”

Uma das matérias-primas usadas na produção, como a pré-mistura, conforme Vivian, está sendo adquirida por R$ 77,00, bem mais caro do que anteriormente. “Antes a base era R$ 60,00 e ano passado estava abaixo de R$ 50,00. É algo que desde o início do ano vem aumentando consideravelmente”, completa.

Depois de um período de dificuldades devido à pandemia, agora parecia que as coisas estavam melhorando, conforme relata Vivian Pritsch. “No mês de março, houve maior procura de produtos com as liberações. A gente estava bastante otimista; com as escolas retornando, o consumo aumenta. Mas agora, não sei até quando vamos ficar tranquilos”, lamenta.

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