Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Boa notícia

Heitor vai começar o tratamento com Spinraza

Heitor teve a doença diagnosticada em novembro de 2018

Depois de tanto tempo de angústia e incertezas, a família do pequeno Heitor de Vargas, de Ibarama, comemora a chegada do medicamento Spinraza. O menino que tem Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, uma doença grave e degenerativa, fará a primeira aplicação do remédio na próxima terça-feira, 18, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio entrou na listagem do SUS em abril do ano passado.

A programação na terça começa cedo. Heitor precisa estar no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) para fazer a aplicação às 8 horas. “Seremos levados pela Prefeitura de Ibarama. Acredito que ficaremos lá o dia todo até para ver como ele vai reagir ao medicamento”, fala a mãe, Luana de Vargas. Depois dessa primeira aplicação, ele volta em 14 dias para receber mais uma dose. A terceira será 14 dias depois, e a quarta após 30 dias da terceira.

O tratamento após as primeiras quatro doses necessita ser contínuo a cada quatro meses, durante toda a vida. “No entanto ainda não sabemos se ele continuará recebendo as doses após as quatro primeiras. Nos foi passado que ele é avaliado a cada três meses para ver se o medicamento está fazendo efeito.”

Publicidade

LEIA MAIS: Bebê de Ibarama precisa de remédio que custa R$ 364 mil a dose

Aplicação tardia
Heitor já deveria ter começado a tomar as doses quando descobriu a doença, com cinco meses, para evitar o agravamento do quadro. Hoje ele tem um ano e sete meses. Na época, uma campanha foi iniciada para conseguir a medicação que custa cerca de R$ 1,4 milhão. Passado mais de um ano, a família arrecadou cerca de R$ 999 mil.

A aplicação não foi iniciada, pois é necessário ter o dinheiro para as quatro doses. Com a liberação pelo SUS, as esperanças da família reacenderam. “Nos falaram que a medicação chegou no hospital no dia 3 de janeiro deste ano e, desde lá, aguardamos o chamado. Hoje vamos guardar esse valor que temos para conferir se iremos receber todas as doses corretamente. Além disso, temos gastos com vitaminas e o leite especial que ele toma, o Fortini, que dura dois dias e cada lata custa em média R$ 50,00. Também já pensamos em gastos futuros que ele possa vir a precisar.”

Com o coração mais tranquilo, Luana só quer agradecer toda a região que se empenhou em arrecadar valores e outras doações para o tratamento. “É uma alegria compartilhar com todos que Heitor vai começar o tratamento. Tenho certeza que ainda iremos contar muitas histórias boas sobre ele.”

LEIA MAIS: Mesmo com liberação pelo SUS, Heitor ainda não começou as aplicações de Spinraza

Publicidade

Rotina diária
Luana explica que Heitor precisa receber cuidados 24 horas por dia. Ela está sempre em casa para atender o pequeno. A rotina de fisioterapia para a parte motora e respiratória, procedimentos feitos pela mãe, ocorre três vezes ao dia: pela manhã, ao meio-dia e por volta das 21 horas. “Ele está bem de saúde, forte. Já os movimentos estão limitados. Ele mexe um pouco o braço e as mãos. Os pés são o que ele mexe mais”, explica.

O pai de Heitor, Jussie, trabalha fazendo bicos pois precisa dar suporte ao filho e a esposa. “Preciso dele para nos levar nas consultas, para me ajudar nas tarefas da casa e também nos cuidados com o Heitor, pois não consigo sozinha.”

Saiba mais
Atualmente, o tratamento para a AME é feito com o uso do Spinraza. Conforme o neurologista especialista em doenças neuromusculares do Hospital da Criança Santo Antônio, do Complexo Hospitalar Santa Casa, de Porto Alegre, Ricardo Santin, o tratamento após as primeiras quatro doses necessita ser contínuo, a cada quatro meses durante toda a vida. “O Spinraza bloqueia a doença e, dependendo da fase em que a doença se encontra e do tipo de AME, pode apresentar melhora dos sintomas neurológicos.”

Há ainda o Zolgensma, que é aplicado nos Estados Unidos e promete corrigir a mutação no gene que causa a AME. “O medicamento é comprovadamente eficaz e vai impedir que a criança tenha involução neurológica”, explicou o médico. No entanto, para ter acesso a esta medicação, além da viagem aos Estados Unidos, o valor é de R$ 9 milhões.

LEIA MAIS: Remédio que Heitor precisa começa a ser oferecido pelo SUS

Publicidade

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.