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I May Destroy You e os impactos da violência sexual

Desde o lançamento em 2020, a série I May Destroy You, da HBO, tem sido alvo de muitas conversas e comentários. A produção britânica foi criada por Michaela Coel, que além de escrever o roteiro também dirige, produz e estrela no papel da protagonista. No gênero comédia dramática, a série tem pouco da produção anterior de Michaela, a divertida Chewing Gum. No entanto, muitos dos elementos que fizeram a escritora se destacar no trabalho estão novamente presentes. Honestamente, o que fica faltando é a comédia.

Nos 12 episódios de cerca de 30 minutos cada, disponíveis na HBO Max, acompanhamos com horror, choque e o coração partido, a jornada de uma mulher que passa por uma situação de estupro. A personagem principal é a escritora Arabella Essiedu, que sai com os amigos para uma noitada enquanto escreve o segundo livro. Mas a noite não termina como o esperado, e as repercussões do ocorrido serão sentidas em todas as áreas da vida da jovem. Fica aqui o alerta de diversos gatilhos incluindo uso de drogas e bebidas, e diversos tipos de violência que são mostrados na série e podem afetar o espectador.

De forma magistral, Coel mostra não só uma situação autobiográfica, uma violência que enfrentou na vida real transformada em arte, mas explora e deixa claro uma série de outros problemas enfrentados na atualidade quando falamos de violência sexual. Experiências vividas pelos amigos da protagonista que não haviam sido interpretadas como violência e mais tarde se mostram como formas de abuso por parte dos parceiros os fazem abrir os olhos. Pois o espectro da violência é amplo e existem muitas áreas cinzentas, onde apenas o consentimento pode fazer a diferença. Um dos meus aspectos favoritos é que todos os personagens da obra – tais como as pessoas no mundo real – são falhos, cometem muitos erros, e nem sempre são pessoas que queremos admirar ou apoiar. A própria Arabella toma decisões questionáveis e nem sempre nos parece uma pessoa agradável, mas a verdade é que ela não precisa agradar ninguém.

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A visão de Michaela do mundo digital e de como a toxicidade das redes tem um papel fundamental na forma como nos comportamos, está presente a cada episódio. As relações efêmeras e a falta de afeto nelas, a forma como a solidão se entranha mesmo na vida de alguém cercado por pessoas são evidentes. Da mesma maneira, as formas de “destruir” alguém, como presente no título, são diversas. I May Destroy You é uma série que vai te revirar o estômago, fazer chorar e fazer rir pelo absurdo de tudo, mas é uma série absolutamente necessária.

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