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Incansável aos 86 anos, Dona Gladis é referência na cultura e na dança germânica

Dona Gladis | Foto: Jaime Fredrich

Dona Gladis ainda era um bebezinho quando adormecia no colo da mãe ao som de uma gaita. O pai era o sanfoneiro da casa. E também um bom dançarino. Foi com apenas dois meses de idade que ela mudou-se da cidade de Vera Cruz, com dona Ires e seu Guilherme Lenz, para Linha Sete de Setembro, próximo do distrito de Rio Pardinho, interior de Santa Cruz. 

Com 9 anos, veio para a cidade morar com os avós, o conhecido ferreiro Adolfo Arend e a vó Emília, para estudar no Colégio Mauá. Três anos depois, o pai gaiteiro construiu uma casa na Rua Assis Brasil, no centro de Santa Cruz. É nesse endereço que dona Gladis vive até hoje, e foi onde ela aprendeu o primeiro ritmo, a valsa. “Meu pai foi quem me ensinou, e assim começou minha paixão pela dança”, conta. 

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Profissionalmente, dona Gladis já sabia o que queria ainda na adolescência. Aos 17 anos, rumou a Porto Alegre para fazer cursos para o ofício de cabeleireira. No ano seguinte, já tinha seu salão instalado, junto à casa dos pais, e logo depois abriu sua própria escola, para ensinar a quem quisesse lidar com cabelo e tesoura. E lá se vão quase 70 anos de trabalho, e mais de 5 mil alunos que já passaram pela classe de dona Gladis, inclusive aprendizes vindos da Argentina. 

Há quase três décadas, porém, ela é comprometida com a cultura germânica e a dança. É uma das líderes do Centro Cultural 25 de Julho, onde já pôde ostentar o título de rainha da terceira idade, e integrante do Edelweiss, grupo de danças alemãs que faz apresentações em várias cidades do RS.

Dona Gladis, incansável aos 86 anos, é quem ajuda na organização, desde o transporte e a escolha dos trajes típicos até a música que vão dançar. Casou-se aos 53 anos, ficou viúva e não tem filhos, mas tem tanta paixão pela vida que jamais você vai encontrá-la sem maquiagem, sem sorriso e sem o cabelo bem arrumado. 

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Antes do amanhecer, ela já está em frente ao espelho. Orgulha-se por ter participado do desfile em todas as 38 edições da Oktoberfest, e, das cores da Alemanha, tem uma preferida: a vermelha. E não foi difícil perceber: a unha, o traje escolhido para a foto e o carro que dirige, tudo na mesma cor. Pois esta senhora, sempre alegre e vaidosa, tem até uma música tema em sua vida: Stern Polka, que significa Polka Estrela. “Gosto desta porque é uma música rápida, alegre, a gente dá até uns gritinhos e faz uns rodopios.” Dona Gladis é realmente a dama dos embalos. 


O projeto Longevidade é uma parceria entre Gazeta do Sul e Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, da Prefeitura de Santa Cruz. Quem quiser sugerir histórias semelhantes pode contatar pelo WhatsApp (51) 9 8443 0312 ou pelo e-mail [email protected]

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