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No tribunal

Júri condena homem que tentou matar suposto amante da ex-companheira

Foto: Alencar da Rosa

Júri - Alisson Soares Lucas - 25 04 2024 (1)

Júri foi realizado nesta quinta-feira

Em júri marcado pela tensão nos debates, foi finalizado na Justiça um processo referente a uma tentativa de homicídio registrada há mais de cinco anos, na Zona Sul de Santa Cruz do Sul. Alisson Soares Lucas, de 28 anos, foi condenado nesta quinta-feira, 25, a 6 anos de prisão pelo crime. A sessão iniciou 13h15, no Fórum e foi presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse.

O conselho de sentença foi formado por cinco homens e duas mulheres. O caso analisado aconteceu no dia 18 de fevereiro de 2019, por volta das 07h50, na Rua João de Barros, Bairro Arroio Grande. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), Alisson aguardou a vítima Israel Lima Petry, de 34 anos, que era seu colega como chapista em uma lancheria no Centro da cidade, chegar em casa, e desferiu vários disparos contra ele, que estava estacionando o carro.

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A motivação seria um suposto relacionamento extraconjugal entre sua companheira e Israel. A vítima compareceu ao julgamento e prestou depoimento. Disse que relembrava de ver Alisson disparando, que pegou sua bolsa com o notebook para se proteger dos tiros, e que a Polícia Civil retirou um projétil de uma placa de metal que havia acertado no eletrônico antes de outros disparos lhe acertarem.

Israel admitiu que conhecia Alisson e sua companheira na época dos fatos, pois todos eram colegas na mesma lancheria, mas disse que jamais se envolveu com a mulher. Relatou ainda que ficou bastante tempo desacordado no hospital, e teve graves sequelas dos disparos. Contou que precisa utilizar permanentemente um colete compressivo no corpo, em virtude das cirurgias que precisou fazer com enxerto de pele no abdômen, devido aos disparos que sofreu.

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Pedido inusitado da defesa

Como poucas vezes se viu em júris em Santa Cruz, a bancada de defesa do réu, formada pelos advogados Diego Lopes dos Santos e Carlos Heitor de Azeredo, de Venâncio Aires, solicitaram à juíza que apenas a defesa pudesse fazer perguntas para Alisson, não permitindo que o MP também o questionasse. O pedido foi aceito pela juíza Márcia, que fez os questionamentos iniciais antes das perguntas dos defensores.

À magistrada, Alisson confessou que disparou contra o suposto amante de sua então companheira na época, e que o fez porque o homem teria insistindo em manter ligações e contato com sua mulher. A confissão surpreendeu o promotor Rogério Fava Santos, que admitiu aos jurados estar preparado para provar a participação do acusado no crime, uma vez que na fase inicial do processo Alisson havia negado que tivesse envolvimento na tentativa de homicídio.

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Essa contradição nos depoimentos e o apontamento da defesa de supostos indícios de outros envolvidos no crime, que segundo Fava caía por terra com a confissão do réu, foi motivo de uma discussão bastante forte entre o promotor e os advogados de defesa, que precisaram ser contidos pela juíza Márcia. Com ânimos mais calmos, já antecipando uma suposta tese defensiva, Fava rechaçou qualquer análise acerca de uma possível legítima defesa putativa, que é quando o acusado se antecipa a fim de se proteger de injusta agressão ou iminente perigo.

Isso porque o réu, embora tivesse confessado, alegou que inicialmente queria apenas conversar, mas quando Israel teria pego a bolsa, ele disparou, supostamente pensando que a vítima pudesse atingi-lo antecipadamente com algo guardado. “Vejam o que aconteceu na vida desse rapaz que levou os disparos. Ele usa uma tela no corpo para os órgãos não saírem para fora”, disse Fava aos jurados, que condenaram o réu por homicídio simples, afastando a qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima.

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