“Durch jedes Buch, ob ernst ob heiter, wird man von Tag zu Tag gescheiter”
“Com cada livro lido, seja ele sério ou divertido, ficamos dia após dia mais ajuizados.”
Este provérbio do escritor alemão Wilhelm Busch (autor das famosas histórias de Max e Moritz) remete para o efeito enriquecedor da leitura e foi muito usado em marcadores de páginas. Ele enfatiza o efeito positivo da leitura no desenvolvimento pessoal do leitor.
Para o escritor alemão Hermann Hesse (laureado pelo prêmio Nobel de Literatura em 1946), ler é uma forma de compreender melhor a si mesmo e o mundo. Hesse entende que a leitura deve levar ao crescimento interior e a um estilo de vida mais consciente; que na escolha de livros devemos optar por qualidade acima de quantidade. Nesse sentido, Hesse alerta contra a leitura indiscriminada e recomenda escolha criteriosa de livros que atendam aos nossos interesses e nos enriqueçam pessoalmente. Para o escritor, leitura deve ser mais do que o consumo superficial de textos: leitura deve estimular a autorreflexão.
O slogan da nossa feira do livro – “Ler livros, ler mundos” – me leva a contemplar minha caminhada ao longo de minha existência. Sobre o início das vivências com livros, falo um tantinho em meu livro Memórias Lissianas, que será lançado neste sábado, às 15 horas, no Espaço Sesc Erico Verissimo da feira, numa apresentação em parceria com meus colegas da Academia de Letras. E às 18 horas, no mesmo espaço, desejo conversar e partilhar, com os participantes, vivências de leitura. Deposito aqui meu convite para os dois eventos.
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Voltando meu olhar para minha própria trajetória, extraio de lá um tantinho do significado da leitura para minha vida. Ela não somente promoveu a ampliação de meus horizontes, como também foi fundamental para me enfronhar em duas línguas: alemão, a língua de minha família e português, a língua de meu país. As leituras em ambas foram partícipes de minha formação e transformação. Por meio da leitura pude ampliar meu repertório linguístico e, à medida que o fui ampliando, pude compreender textos mais densos.
Por meio da leitura, eu conheci a história de minha aldeia e outras regiões geográficas. Leitura e minhas muitas viagens à Alemanha me possibilitaram conhecer como, por lá, o povo lida com a vida em coletividade; tive contato com suas questões políticas, sociais, ambientais, culturais; conheci e vivenciei outras formas de lidar com a vida, com todas as vidas. Isso me auxiliou a cultivar um outro olhar para meu lugar de viver. Essas vivências e leituras também promoveram em mim uma postura de coexistência pacífica.
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A leitura e os estudos em duas línguas foram fundamentais para a construção de meu mundo profissional; pesquisas e leituras possibilitaram o aprofundamento de meu mundo de conhecimento. Isso promoveu em mim a compreensão do valor dos dois idiomas mais presentes em nossa região; do seu enorme potencial para o desenvolvimento coletivo.
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Mas também a imersão no mundo do outro em textos literários, principalmente em romances, me possibilitou o contato com alegrias, desalentos, sofrimentos das personagens. Mergulhar no mundo do outro (também em biografias) favorece a compreensão de que cada ser humano carrega consigo sua história de vida, feita de alegrias, realizações, desilusões, seu fardo emocional, seus aprendizados. A literatura me ensinou a olhar para o outro sob uma outra luz e desenvolveu em mim mais empatia pelas pessoas.
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Enfim, há inúmeros motivos outros que poderia elencar aqui. Acrescento ainda que a leitura contribuiu para o amadurecimento de meu espírito, para me conhecer um tantinho melhor e, principalmente, a desenvolver minha própria personalidade, a pessoa que sou.
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