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dejair machado

Mães

A mulher de corpo franzino me parou na calçada da escola. Era um fim de tarde, aquele momento em que a pressa contagia a todos. Pediu licença e contou que seu filho não anda, usa fraldas e precisava de medicamentos. Disse, entre lágrimas, que as sacolas que tinha em mãos carregavam “coisas que achou no lixo”.

Nestas horas, temos dois caminhos. Ou ignoramos com o argumento de que se trata de mais um pedinte e não temos obrigação de ajudar, ou oferecemos algum auxílio. Com meu filho pela mão, optei pela segunda via.

Naquele momento, naquele contexto, vi uma mãe desesperada. Não parecia uma pessoa que estava tentando tirar vantagem. Ingenuidade minha? Talvez.

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Lembrei de tantas mães que conheço e de tudo o que fazem por suas crias. Mesmo que muitas tenham realidades totalmente diferentes, todas são capazes de tirar forças sabe-se lá de onde para cumprirem com seu papel. Imaginei como foi para a minha tomar a decisão de sair do interior com o marido em busca de escola para os seus guris. Vi a Verushka, minha esposa, que se dedica tanto ao nosso filho. Lembrei das colegas de trabalho que são mães.

Na sociedade, há exceções, claro. Nem todas pensam e agem da mesma forma. Como diz a minha mãe: “se nem os dedos das nossas mãos são iguais, por que as pessoas seriam?!”

Cada mãe tem sua história. Todas carregam angústias, expectativas e receios sobre presente e futuro. Questionam, se cobram e ainda precisam lidar com os desafios e julgamentos impostos a respeito de tudo. No mercado de trabalho, mesmo com todos os discursos de igualdade e aparato legal, na prática costuma ser diferente.

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O fato é que o próximo domingo será um dia de celebração à maternidade. É dia de reconhecer o papel das mães e tudo o que representa em termos de cuidado, carinho e atenção.

Além dos presentes, é importante lembrar que toda mãe é uma mulher que tem sua vida, seus sonhos e suas vontades, mesmo que seja sentar no sofá e relaxar por alguns minutos. Por mais que seja lindo, sempre é bom frisar que mãe é gente. Apenas romantizar a figura como forma de justificar todas as responsabilidades que ela tem é algo a ser superado.


Um feliz Dia das Mães para todas, em especial para a Verushka, que é a melhor mãe que o Antônio poderia ter. E para a minha, a dona Noemi, que aos 75 anos mostrou que sempre é tempo de recomeçar. Há dois meses, deixou parte de sua história em Cachoeira e vem descobrindo uma vida nova em Santa Cruz.

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Obrigado, mães.

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