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Manila, Filipinas: sonhos e excessos na pérola do oriente

Jeepneys: abandonados pelos militares americanos, são usados no transporte público | Fotos: Acervo pessoal de Aidir Parizzi Júnior

Ocupado há milhares de anos por povos vindos de regiões vizinhas, o arquipélago das Filipinas foi colonizado pelo ocidente por mais de 4 séculos antes de se tornar um país unificado e independente, o que só aconteceu há menos de 80 anos.

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Primeiro europeu a chegar às ilhas, em 1521, Fernão de Magalhães (1480-1521) navegou da península ibérica até o sul das Américas, descobriu a passagem marítima (estreito) que leva seu nome e dali cruzou o Pacífico (como Fernão batizou o maior dos oceanos). O português, a serviço da monarquia castelhana, declarou que as 7 mil ilhas do atual território filipino eram de propriedade espanhola. Magalhães acabou morrendo naquele mesmo ano em uma batalha com um dos povos locais. Em 1543, o arquipélago passou a se chamar Filipinas, em homenagem ao rei espanhol Felipe II (1527-1598). Em 1572, Manila foi fundada como capital da colônia que foi espanhola por mais de 3 séculos.

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A densamente povoada metrópole de 12 milhões de habitantes orbita em torno da citadela conhecida como Intramuros, centro politico, cultural e religioso do período espanhol. As muralhas e o Forte Santiago proporcionam uma viagem no tempo. A catedral, construída no século 16 em estilo barroco, possui magníficas pinturas e esculturas. Ali, testemunhei a força do catolicismo no país, participando de uma animada missa dominical.

Fora dos muros da cidade antiga, o parque José Rizal é um dos maiores da Ásia, em torno do monumento que marca o local onde o maior herói nacional foi executado. Uma atração à parte é o transporte público, dominado pelos Jeepneys, veículos militares abandonados pelos americanos convertidos em coloridos e decorados meios de transporte para a população. Um deles me levou até o bairro chinês (Chinatown) de Manila, o mais antigo do mundo, com mais de 400 anos. A diversidade de etnias se reflete também nas mais de 170 línguas faladas no país. As oficiais são o tagalog, idioma nativo que incorporou várias palavras do espanhol, e o inglês, falado por mais da metade da população.

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O sonho de se tornar país livre cresceu no final do século 19. Uma rebelião explodiu quando o eminente escritor José Rizal (1861-1896) foi injustamente condenado por traição e fuzilado pelos espanhóis. Quando parecia que o jugo colonial estava com os dias contados, a Guerra Hispano-americana fez com que os Estados Unidos capturassem Manila em 1898, assumindo o controle da colônia. Em 1935, o presidente Roosevelt prometeu que a independência aconteceria até 1945. O que não estava nos planos era a invasão japonesa do arquipélago em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial. Com o fim do conflito, os americanos retomaram o controle e em 1946 as Filipinas se tornaram finalmente país independente.

Após um início relativamente democrático, a eleição de Ferdinand Marcos em 1965 resultou em aumento da corrupção e do autoritarismo, coroado pela lei marcial de 1972. A ditadura Marcos foi marcada por perseguições políticas, assassinatos de opositores e violação dos direitos humanos. Em 1986, uma revolução popular causou a fuga do ditador para os Estados Unidos, levando dezenas de caixotes de dinheiro vivo, joias e documentos. Na casa do ex-presidente, ainda foram encontradas inúmeras provas de enriquecimento ilícito. A mais inusitada, os 2.700 pares de sapatos deixados para trás por Imelda Marcos, a esposa do ditador. Os calçados estão hoje em um museu da capital.

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A colonização, como mostram inúmeros exemplos da história, é um processo de mão única. O colonizador extrai o máximo, fornecendo em troca o mínimo necessário para que o colonizado siga respirando. As consequências são duradouras e a recuperação, quando acontece, é lenta e gradual.

Mostrando que o povo por vezes escolhe seus próprios algozes, Rodrigo Duterte foi eleito presidente em 2016. Assassino confesso e promotor de esquadrões da morte, o fanfarrão Duterte pautou seu mandato pela divisão, pelo negacionismo e por polêmicos embates domésticos e internacionais. Em 2022, sua filha Sara foi eleita vice-presidente na chapa de ninguém menos que Bongbong Marcos, filho do ex-ditador Ferdinand. São indícios de que a nação ainda tem longo caminho a trilhar no rumo da maturidade política e da democracia plena.

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