Nas duas últimas colunas, recuperamos um pouco da história do imigrante alemão Adolf Kunz (1902-1999) que, em 1927, estabeleceu-se em Sinimbu, então sede do 4º distrito de Santa Cruz. Especialista na confecção de lápides para túmulos, também deixou uma grande quantidade de obras artísticas, incluindo uma coleção de quadros que retratam o dia a dia da vida na colônia.
Após perder o olho esquerdo em um acidente de trabalho em 1960, encerrou as atividades na cantaria. Começou então a confeccionar esculturas, adornos de paredes e mosaicos artísticos. Aos 78 anos, passou a exercitar outro dos seus talentos: a pintura de quadros (óleo sobre telas).
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Na época em que confeccionava lápides, Adolf costumava ficar vários dias hospedado na casa dos colonos, pois o transporte de blocos de pedras era difícil. Nesse convívio, captou as tarefas, passatempos, detalhes dos casarões do interior de Sinimbu e arredores, os jardins, a lida na lavoura, o trato dos animais e outros aspectos que ilustram suas obras.

Momentos pitorescos estão presentes em boa parte das telas. A vovozinha que tem medo de atravessar a ponte pênsil e precisa do empurrãozinho da filha, a carneação de porco, os “olhos indiscretos” durante os banhos no arroio. Uma coleção com cerca de 20 obras é preservada pelo filho Elmar e netos Maurício e Leonardo.
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