Os cigarros eletrônicos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, mas essa proibição não impede o consumo no Brasil. De acordo com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, tem acontecido exatamente o oposto: houve crescimento nos últimos quatro anos.

Os dados, divulgados recentemente, apontam que 2,2 milhões de adultos (1,4%) afirmaram ter consumido cigarros eletrônicos até 30 dias antes de responder à pesquisa. Em comparação com 2018, primeiro ano em que o levantamento foi feito, o número era de 0,3% na população adulta, com menos de 500 mil consumidores. No Rio Grande do Sul, a incidência subiu de 0,4% para 1%.

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Incentivo oficial

Os vaporizadores ou produtos de tabaco aquecido, conhecidos popularmente como cigarros eletrônicos, vape ou pod, não são inócuos, mas, quando regulamentados, podem ser alternativas de risco reduzido para adultos fumantes em relação aos cigarros convencionais. A experiência internacional demonstra que esses dispositivos podem reduzir as consequências associadas ao tabagismo.

Em setembro de 2022, o Ministério de Saúde Inglês reafirmou que os vaporizadores são 95% menos prejudiciais do que os cigarros comuns, ou 20 vezes menos nocivos. E, em março deste ano, iniciou o projeto intitulado “trocar para parar” com fornecimento de vaporizadores para auxiliar 1 milhão de adultos a abandonar o fumo.

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Anvisa decide ainda neste semestre

Enquanto cerca de 80 países, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Nova Zelândia, além de membros do Reino Unido e todos os países da União Europeia, já avançaram na regulamentação, no Brasil, o assunto segue em discussão na Anvisa. Em entrevista recente, o diretor-presidente da agência reguladora, Antônio Barra Torres, comentou que a decisão final deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano. Segundo a pesquisa do Ipec, 90% das pessoas sabem que o cigarro eletrônico existe. Em 2021, esse número girava em torno de 68%.

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