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DOM FELICIANO

Mulher que queimou marido em forno é indiciada por homicídio e ocultação de cadáver

Foto: Divulgação Polícia Civl

Buscas foram realizadas no local do crime. Inicialmente, autora negava ter envolvimento, mas acabou confessando tudo mais tarde

A Polícia Civil concluiu o inquérito a respeito do assassinato brutal de Erni Pereira da Cunha, de 42 anos. O agricultor, morador da localidade de Colônia Nova, no interior de Dom Feliciano, foi queimado vivo pela própria esposa em uma estufa de tabaco. O crime foi cometido em 15 de fevereiro, mas o caso, que chocou o Rio Grande do Sul, veio à tona no mês passado, com a confissão e prisão preventiva da companheira de Erni, Elizamara Moura, de 35 anos.

A mulher, que está presa preventivamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na região Metropolitana, foi indiciada por ocultação de cadáver e homicídio duplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – são o emprego de fogo e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima (emboscada).

Inicialmente, o caso era tratado como desaparecimento. Porém, ao longo de dois meses, os investigadores descobriram os passos da acusada. Durante um jantar, Elizamara misturou o medicamento Diazepam no suco de laranja do marido e entregou o copo para que ele tomasse. Por volta de 2 horas da madrugada de 15 de fevereiro, ela arrastou o homem ainda dormindo até a fornalha da estufa de tabaco, nos fundos da residência do casal.

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Com o auxílio de uma tábua, a vítima foi colocada para dentro do forno, onde permaneceu queimando por três dias. Naquela tarde, Elizamara registrou uma ocorrência de desaparecimento do marido e afirmou à polícia que Erni havia saído de casa e não foi mais visto desde então. Ele faria 43 anos no dia 12 de março. Na investigação, os agentes descobriram que a autora, tempos antes, havia pesquisado na internet sobre como matar uma pessoa utilizando veneno. O casal estava junto há 21 anos. Além do filho de 20, tinham uma filha de 16 anos. Todos moravam no mesmo local.

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Elizamara e Erni vivam juntos há 21 anos

FRAGMENTOS DE OSSOS NA FORNALHA
No inquérito de 157 páginas remetido ao Poder Judiciário pela delegada Vivian Duarte, que chefiou a investigação, constam os depoimentos de 12 pessoas, além de provas técnicas do Instituto Geral de Perícias (IGP). “Ainda que ela tenha confessado, conseguimos provar as ações por completo através de um laudo do IGP de Pelotas, que confirmou a existência de fragmentos de ossos na fornalha(foto)indicando que, de fato, ele foi colocado ali”, afirmou a delegada.

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Embora houvesse a suspeita de que mais pessoas poderiam ter participado da execução, os agentes não conseguiram provar tais hipóteses. Sabia-se, entretanto, que o filho do casal, de 20 anos, era um dos investigados, pois chegou a ter um mandado de prisão preventiva solicitado pela Polícia Civil e deferido pelo Poder Judiciário. Após alguns dias no Presídio Estadual de Camaquã, no entanto, foi liberado por falta de provas.

Como possível motivo do assassinato, Elizamara Moura alegou que sofria com agressões e ameaças do marido. Isso, contudo, não foi confirmado pela Polícia Civil. “Apuramos que nunca houve qualquer registro de ocorrência nesse sentido da violência doméstica. E em depoimentos que coletamos com vizinhos e conhecidos, estes informaram que a vítima nunca foi violenta”, disse Vivian Duarte.

Ainda de acordo com a delegada, foram elencadas hipóteses sobre as motivações reais do crime, como questões patrimoniais envolvendo os lucros obtidos com a venda da safra de tabaco e da propriedade; e até mesmo passionais, dado que Elizamara suspeitava que Erni teria uma amante. Porém, não foi possível comprovar tais suspeitas durante a investigação.

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Local em que o corpo foi queimado

“Se fez justiça”, diz irmã de Erni
Ainda chocada com o crime, a irmã de Erni, Ilsa Cunha da Silva, de 44 anos, comemorou o indiciamento de Elizamara. “Ela vai pagar pelo que fez. Se fez justiça. Um crime desses não tem perdão. Meu irmão não tinha um defeito, só trabalhava”, disse ela em entrevista à Gazeta do Sul. Ilsa também agradeceu o trabalho minucioso da investigação.

“A polícia agiu certo. Fez uma investigação excelente. Sou grata a eles.” A irmã de Erni mora em Encruzilhada do Sul e cuida da mãe acamada, de 76 anos. Mesmo após mais de quatro meses desde o homicídio, a idosa não foi avisada de que seu filho foi assassinado. “Ela pergunta, a gente diz que ele está bem, que não vem aqui por causa desse vírus. Tivemos a orientação de não contar. Minha mãe tem problemas do coração e se souber o que houve, não resiste”, disse Ilsa.

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