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Contraponto

“Não sabia que era maconha”, diz defesa de homem preso por carregar droga em barris de chope

O Corpo de Bombeiros foi acionado e utilizou desencarceradores para abrir os barris

Permanece em investigação com a Polícia Federal (PF) de Santa Cruz do Sul o caso inusitado de apreensão de quase meia tonelada de maconha dentro de barris de chope, ocorrida há pouco mais de um mês – em 23 de fevereiro – na BR-386, em Lajeado. Na oportunidade, um caminhoneiro de 27 anos foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na chamada Operação Argos, após uma abordagem na rodovia.

Os agentes localizaram 482,65 quilos do entorpecente escondidos em 16 barris lacrados. O motorista do caminhão, que é morador do município de Cascavel, no Paraná, foi preso em flagrante e conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Desde então, um inquérito sob responsabilidade do delegado Gustavo Schneider foi instaurado. Nessa quinta-feira, 28, a Gazeta do Sul conversou com a bancada de defesa do rapaz preso.

Os 482,65 quilos de maconha estavam escondidos na carga levada em Mercedes-Benz

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Os advogados Antonio Felipe de Souza e Fabricio Olavio Hauth confirmaram que o cliente deles já foi solto e teve o caminhão restituído. Conforme os defensores, o homem de 27 anos foi pego de surpresa quando a PRF localizou a droga nos barris em seu caminhão Mercedes-Benz, modelo 915, vermelho. “Ele não sabia que era maconha. Os traficantes se utilizaram da boa-fé dele para fazer o transporte desses ilícitos sem ele saber”, comentou Antonio.

De acordo com os advogados, o motorista de 27 anos carregou os barris em Cascavel, no Paraná, mas os solicitantes não deixaram ele observar o carregamento. Foi apurado que os autores teriam pedido a pessoas de uma marmoraria para fazer a carga. O pagamento do frete de R$ 4 mil seria dividido em duas parcelas. O motorista recebeu metade do valor ao iniciar a viagem, mas o restante seria feito na entrega, que aconteceria no interior do município de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

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Segundo a defesa do investigado, o frete seria realizado por um amigo do homem de 27 anos. No entanto, por motivos pessoais, o motorista inicialmente escalado para fazer o transporte desistiu e indicou o rapaz. “Ele não conhecia quem solicitou. Normalmente ele carrega cabos de vassoura, mas entre esses fretes faz bicos por indicação, normalmente após as solicitações serem colocadas em um grupo no WhatsApp”, salientou Fabricio.

Acesso ao celular foi autorizado na hora

No dia da ocorrência, o Setor de Inteligência da PRF havia emitido um alerta prévio a respeito de um caminhão com as características do Mercedes-Benz do homem de 27 anos, que poderia estar carregando material ilícito. Na abordagem, o motorista apresentou uma nota fiscal dos barris de chope; contudo, depois se descobriu que era falsa, e havia sido entregue a ele pelos solicitantes do frete.

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Logo após a identificação da maconha, o condutor do caminhão teria ficado muito assustado. “Isso foi posto no depoimento dos policiais rodoviários federais, que notaram que no momento do fato o nosso cliente não estava sabendo o que na verdade era transportado. Na hora ele concedeu acesso ao telefone, onde mostrava a solicitação da carga”, comentou Antonio.

Um adesivo na borda escondia a solda nos barris de aço. O Corpo de Bombeiros de Lajeado foi chamado para abri-los, com o auxílio de desencarceradores. Na defesa técnica jurídica, os advogados apresentaram a tese de “erro de tipo essencial invencível”, que é quando não pode ser evitado pelo cuidado objetivo do agente – ou seja, qualquer pessoa, na situação em que se encontrava o agente, incidiria em erro.

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Em virtude da falta de antecedentes e cooperação inicial com a polícia, franqueando inclusive o acesso ao celular para que fossem examinadas as conversas com os solicitantes da entrega, o homem de 27 anos responde em liberdade pelo crime de tráfico de drogas. O Poder Judiciário, no entanto, apresentou uma série de medidas cautelares, como não sair do País, não alterar endereço sem comunicar a Justiça e comparecer a todos os atos do processo. O caso permanece em investigação com a PF. Os advogados preferiram manter o nome do cliente deles em sigilo.

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