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HSC

Neurocirurgião realiza dois procedimentos inéditos em Santa Cruz

Foto: Lula Helfer

Neurocirurgião Marcelo Corrêa Vione, responsável pelos procedimentos

Nos dias 27 e 28 de abril, duas cirurgias inéditas na área da neurocirurgia foram realizadas no Hospital Santa Cruz (HSC), pelos neurocirurgiões Marcelo Corrêa Vione e Rodrigo Roncaglio (médico assistente). Um dos pacientes é um homem de 70 anos, natural de Santa Cruz, com diagnóstico de Parkinson há pelo menos 11 anos. Ele foi encaminhado ao procedimento por dois neurologistas, pois a doença já não era mais controlada com a medicação. O outro, um homem de 52 anos natural de Vale do Sol, tinha um tumor no cérebro, na área da fala, e é também paciente de Marcelo. 

Os dois procedimentos ocorreram com os pacientes acordados. No caso do tumor, o processo é mais peculiar ainda, já que a maioria das cirurgias no sistema nervoso central é feita com os pacientes dormindo. 

Para o tratamento do Parkinson foi utilizada uma técnica que não é nova, mas vem se aperfeiçoando com o avanço da tecnologia – a neurocirurgia funcional estereotáxica, na qual são colocados pequenos eletrodos no cérebro que emitem uma corrente elétrica muito pequena, mas capaz de inibir ou excitar alguns neurônios. Além disso, é implantado um gerador por dentro da pele que faz conexão com esses eletrodos.

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O paciente faz o mesmo preparo de uma cirurgia normal. Ele precisa estar em jejum e suspender a medicação do Parkinson na véspera do procedimento para a avaliação dos sintomas ser mais fidedigna.

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A técnica

Na cirurgia do Parkinson, um arco estereotáxico metálico (espécie de régua tridimensional) é posicionado na cabeça do paciente. Depois, ele é encaminhado à tomografia para identificar o ponto cardinal do alvo a ser manipulado no cérebro. É feita uma fusão, por meio de um software, da tomografia com a régua e as imagens prévias da ressonância. 

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Após, cálculos matemáticos são feitos para se ter certeza da posição do alvo correto. Durante o procedimento, o paciente fica acordado com esse arco. Dois eletrodos (fios elétricos) são introduzidos e os movimentos são testados. “Mesmo com o software, é necessário ter o paciente acordado porque isso permite a maior precisão possível. Nenhuma técnica substitui estar acordado”, diz Marcelo Vione, responsável pelas cirurgias. Depois, implanta-se o gerador na pele do paciente que irá fazer conexão com os eletrodos. A pessoa precisa esperar 30 dias para ligar o gerador e ver o resultado. “Não conheço nenhum paciente que tenha ligado o gerador e não tenha chorado de emoção”, relembra Vione. Pelo menos quatro anos de atendimento e de acompanhamento, em média, são necessários para que alguém possa se candidatar à cirurgia. Não se pode ter contraindicações.

A cirurgia de retirada do tumor localizado em área que controla a fala foi feita com o paciente acordado para reduzir as chances de sequela, em uma abordagem cirúrgica mais segura. As duas operações ocorreram por meio de convênios: particular e plano de saúde. A maioria dos planos regulamentados cobre o procedimento. “Complexo e fantástico. Um procedimento de precisão que exige conhecimento técnico e teórico”, resume Vione. As cirurgias podem ser feitas em qualquer hospital, desde que ele possua os aparelhos de ressonância e de tomografia. “A técnica não é para todo mundo. A gente não espera que tenha mais do que três ou quatro casos por ano em Santa Cruz, numa média”, avalia Vione. Ele destaca que os neurocirurgiões Rodrigo Roncaglio e Erich Brack o auxiliam na execução e planejamento das cirurgias.

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O médico

Marcelo Corrêa Vione é formado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e começou a atuar em Santa Cruz em 2008. Em 2012 fez especialização em Neurocirurgia em Porto Alegre. O estágio de término do curso foi realizado em Chicago. Começou a atuar como neurocirurgião em 2018.

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