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ROMEU NEUMANN

O labirinto das pesquisas

O cenário ainda está sendo formatado, as equipes se estruturando, buscando reforços para um novo embate – ideológico e partidário, é claro – e já antecipam um placar.

Eles nunca perdem. Mas se forem contestados pelo resultado do jogo, sequer se constrangem.

Penso que, entre outras discussões importantes para tornar o País melhor, um olhar mais criterioso sobre o contexto que envolve a idoneidade, o interesse na atuação e na contratação e o impacto que produzem na sociedade os institutos de pesquisas eleitorais, é mais do que pertinente.

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Não tenho dúvidas de que pesquisas de opinião, sobretudo as eleitorais, despertam enorme interesse. Normalmente, são aprovadas por uns e contestadas por outros, dependendo dos índices apurados e do lado de cada um.

Pois na eleição municipal de 1988 – a primeira com inserções dos candidatos na televisão – se desenhou um panorama emocionante e até imprevisível na disputa pelo Executivo em Santa Cruz do Sul. Na época não havia institutos que disponibilizassem o serviço regionalmente.

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Foi quando a Gazeta chamou a responsabilidade para si e mobilizou equipes de vários setores da empresa que percorreram toda a zona urbana, distritos e localidades distantes do interior, para oferecer aos leitores e ouvintes um panorama daquela disputa.

A meta foi ousada: ouvir 3% (!) do eleitorado, não só para a escolha do novo prefeito, mas também para a composição da Câmara de Vereadores. Foi um trabalho oneroso, desgastante, mas bem-sucedido, avalizado pelas urnas quase em sua totalidade, que ainda se repetiu em alguns pleitos posteriores.

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Até que a Universidade de Santa Cruz criou o seu Núcleo de Pesquisas, o Nupes, que executou e assinou vários trabalhos de campo com grande impacto. Mais recentemente, institutos estaduais de pesquisa se estruturaram e assumiram esse papel.

Você vai perguntar: por que não se faz, então, pesquisas com maior regularidade, inclusive sobre temas de interesse que extrapolem o jogo político e eleitoral?

Respondo: não é só porque pesquisas bem-feitas são onerosas, mas também porque colocam credibilidade em xeque.

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É este o ponto que proponho para reflexão. Leio que das dez pesquisas nacionais mais credenciadas (para a presidência do País) metade é contratada e paga por bancos e corretoras. Com que pretensão? Informação não é o negócio deles. Seria interesse em influenciar o resultado das eleições?

Leio também que o custo de uma pesquisa nacional varia de R$ 20 mil a R$ 473.780,00. Por que veículos de comunicação nacional divulgam (quase todos os dias) pesquisas encomendadas e pagas por instituições financeiras?

Outra questão que intriga: você acha razoável alguém pagar quase meio milhão de reais por uma pesquisa – só para exemplificar – que na véspera divulgou diferença de 14% entre duas candidaturas e que teve que amargar uma margem de 5% nas urnas? Vejo duas possibilidades: ou não prezam pela credibilidade e, nesse caso, são incompetentes, ou querem manipular o jogo.

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