Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

JOSÉ ALBERTO WENZEL

Opinião: bosque encantado

Não fica longe. Em uma hora se chega lá. Ao passar por Novo Cabrais surge a rótula que dá acesso a Cachoeira do Sul. Poucos quilômetros adiante, em entrada quase discreta, amanhece à esquerda o Parque Witeck. Uma estradinha estreita e curta – e é bom que assim seja para não perturbar a natureza exuberante que ali encontra guarida – nos conduz ao ponto de início da visitação. Dona Virgínia, através de seu voluntariado receptivo, instrui na tomada dos cuidados para melhor se usufruir do parque. Uma trilha autossinalizadora, que permite também a locomoção de cadeirantes, nos encaminha numa trajetória de cores, sons e mistérios.

Placas indicativas vão apontando recantos paisagísticos, incluindo o resguardo paleontológico de madeira petrificada. Ao olhar atento perfilam-se exemplares da flora mundial. Nesta época, o tom outonal colore liquidâmbares numa festa que percorre a palheta do amarelo ao ocre, em pinceladas movidas pela magia de autorias celebrizadas em cada detalhe. Aos poucos, às cores se somam os sons, a maioria quase silenciosos, quando não interrompidos pelo alarido irreverente de pássaros ligeiros ou pelo deslizar cauteloso de algum mamífero. Insetos revoam e peixes agilizam proximidades com a vaporosidade que se eleva sutil. Irrequietos, os peixes mais atrevidos desviam com presteza das raízes respiradoras dos pinheiros do brejo, que se vestem de laranja para melhor engalanar o espelho mágico das águas.

Num dos cantos da lagoa, onde margeiam as raízes respirantes, assenta-se o “coração” do Parque. Em atmosfera memorial, ali é celebrada a atitude altruísta de Acido Witeck, o médico militar e prefeito que plantou árvores numa terra antes altamente degradada. Seu filho, o arquiteto paisagista Henrique, segue as pegadas visionárias do pai. Não é difícil encontrar Henrique, sempre pronto a revelar mais um aspecto do bosque privado. Atento a tudo, zela pelo bem-estar dos visitantes. Segue incrementando o que seu pai implantara.

Publicidade

Junto ao memorial, um pouco abaixo, abre-se um espaço estranhamente encantado. Ali brotam lírios do brejo, aguapés e lótus, tudo imantado pelo mistério das águas rasas à espreita inquieta do lago avolumado que cintila paz.

Se apaziguante a experiência no Parque, o retorno se faz promissor. Como não perceber que em cada pote de folhagem em nossas varandas ou na magnitude do Cinturão Verde o mistério encanta-se em biodiversidade?

LEIA MAIS TEXTOS DO COLUNISTA JOSÉ ALBERTO WENZEL

Publicidade

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.