Com certeza, o prezado leitor tem conhecimento de casos em que a atenção aos idosos se constitui num enorme problema especialmente para os familiares. O aumento da longevidade impõe o desafio de preservar qualidade mínima de vida para nossos velhinhos.
Os avanços da medicina, somados às descobertas constantes da indústria farmacêutica, permitem que a vida seja estendida cada vez mais. Sou do tempo em que morrer aos 50 anos era “morrer velho”, algo impensável nos dias atuais. Antes raro, encontrar pessoas na faixa dos 90/100 anos tornou-se corriqueiro.
A assistência aos idosos evoca vantagens e preocupações. Tê-los conosco é um bálsamo. Suas histórias de vida, causos pitorescos e superação de obstáculos numa época em que a tecnologia inexistia são inspiradores. Eles são sobreviventes de épocas nas quais o fator humano era prioritário. Família e trabalho eram sagrados. Honra e ética integravam o ideário de todo cidadão.
Por outro lado, a manutenção de nossos velhinhos impõe inúmeras adversidades, com ênfase para os familiares. Muitos idosos vivem num mundo paralelo, uma bolha causada pela senilidade, consequência do envelhecimento associado a doenças ou alterações de comportamento.
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Nem todas as famílias dispõem de recursos para contratar enfermeiras ou cuidadores ou para internar seus entes queridos em alguma instituição especializada. Neste momento, um impasse surge: o que fazer para cuidar dos pais e avós? Muitas vezes um integrante do núcleo familiar é obrigado a largar o emprego para zelar pelos cuidados de saúde. Noutras, vizinhos ou amigos que residem próximos, “de favor”, olham pelos velhinhos durante o dia.
Esse quadro gera intranquilidade para toda a família. Quem consegue internar os parentes muitas vezes é acusado injustamente de desleixo, falta de atenção e desmazelo. “O velho se tornou um estorvo e eles resolveram se livrar do pobre coitado a qualquer custo”, ouve-se com frequência. É um julgamento injusto, sem conhecimento de causa.
A estrutura oficial pouco tem a oferecer em termos de assistência à saúde do idoso. Até para os mais jovens o Sistema Único de Saúde encontra dificuldades para absorver a demanda. Urge um grande esforço estatal e social para implementar programas voltados à terceira idade.
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De acordo com o Censo 2022, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em 12 anos. Já a população idosa com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões de pessoas, 15,8% da população do País. Os números dão a dimensão exata do desafio que enfrentaremos daqui para a frente. O aumento da expectativa de vida, como em todos os episódios do cotidiano, traz consigo vantagens e problemas.
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