O advento das redes sociais e a sua presença cada vez maior na rotina das pessoas as colocou diante de mais um inconveniente, com perda de tempo. A cada vez que se acessa a internet, seja para buscar uma informação, pesquisa ou saber alguma novidade, dificilmente se escapa das redes dos caça-cliques ou isca de cliques. Até há um nome inglês para isso: clickbait. Com títulos e imagens chamativas, são conteúdos sensacionalistas ou enganosos que visam despertar a curiosidade e a emoção do usuário, unicamente para levá-lo a clicar no link, mesmo que o conteúdo real não corresponda à promessa do título.
Uma das áreas muito visadas é o esporte, embora aconteça com conteúdos dos mais diversos, inclusive em grande número sobre política. Quantas vezes você já clicou em um link por causa de títulos informando que o Grêmio ou o Internacional haviam fechado negócio com grandes craques e se sentiu enganado ao ler o texto? Diversos profissionais que se tornaram conhecidos no rádio e outros veículos de comunicação hoje possuem canais nas redes sociais. Nada contra aqueles que produzem informações sérias, mas há muitos que esqueceram as regras fundamentais de produção de notícias, com postagens sem fundamento, sem qualquer checagem dos dados, unicamente com o objetivo de obter cliques.
Teóricos do jornalismo defendem que o título deve dar forma e contexto àquilo a que a reportagem se refere. Já os caça-cliques parecem divergir de tais princípios tradicionais nos produtos que distribuem no jornalismo digital como sendo notícia. O foco deles é aumentar o tráfego dos portais de notícias em detrimento da qualidade do conteúdo ofertado ao público. Mídias sociais como o Facebook são capazes de gerar altos números de visualizações para notícias que viralizam com ajuda de manchetes caça-cliques. E mais acessos significam mais receita publicitária. Porém, os títulos caça-cliques se distanciam dos princípios do jornalismo ao instigar leitores com informações preliminares incompletas ou fora do real contexto.
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Difícil não cair na tentação de uma chamada caça-cliques. Postagens com essa finalidade usam manchetes exageradas e apelativas para gerar engajamento. Especialistas alertam inclusive que seguir um clickbait pode resultar em riscos para a segurança do computador ou celular, ou até mesmo acabar em prejuízos financeiros. Outro risco da proliferação é o aumento do compartilhamento de desinformação.
Há uma forma de filtro? Notícias/informações com seriedade são produzidas por veículos e profissionais de comunicação comprometidos com a credibilidade, responsáveis e que checam todas as informações antes da publicação. A pessoa que vai para a rede social pode ter certeza de que, ao clicar um link de meio de comunicação com redação estruturada, estará diante de conteúdo com credibilidade. Outro ponto importante é consultar outras fontes. Em caso de dúvida, pesquise a informação no seu navegador de preferência para verificar se ela está em outros sites com maior reputação.
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