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IDEIAS E BATE-PAPO

Paciência e parceria

“Como seria o mundo se os jovens soubessem e os mais velhos pudessem?” Confesso que não conhecia essa frase, que ouvi pela primeira vez domingo pela manhã, durante um programa esportivo de televisão que tratava da mescla benéfica da experiência e do surgimento de novos talentos.

Meu pai – de quem herdei o nome, a teimosia e a determinação pelo trabalho – costumava vaticinar em voz alta enquanto lia os jornais do dia:

– Gostaria de voltar ao mundo sabendo tudo que aprendi ao longo da minha primeira passagem terrena. Mas, pensando bem, que graça teria a vida se soubéssemos tudo antecipadamente? E o tal friozinho na barriga que é o tempero do dia a dia? – costuma repetir, seguido de uma sonora risada.

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Lamentavelmente, o velho Giba morreu precocemente. Foi  fulminado por um infarto quando voltava de uma pescaria em Tramandaí, na companhia da minha mãe, num sábado à tardinha. Ele tinha 52 anos. Sonhava com a aposentadoria. Queria trabalhar na terra, criar suínos e aves, conhecer o Brasil para fugir do frio do nosso inverno com a dona Gerti, com quem teve três filhos, mas tudo ficou apenas na vontade dele.

Sábado participei da confraternização que marcou os 30 anos de Santa Clara do Sul, um simpático município do Vale do Taquari, minha terra natal. O evento impressionou pelas inúmeras homenagens a personagens que trabalharam pela emancipação e também de outras figuras lendárias da cidade, que protagonizaram iniciativas de desenvolvimento, geração de emprego e oportunidades. Ao final do evento, fiz questão de cumprimentar o prefeito pelo reconhecimento em forma de uma placa. Em diversos casos, a distinção foi recebida por herdeiros ou viúvas.

Entre tantas consequências nefastas, a velocidade imposta pela tecnologia por vezes impede a retrospectiva sobre avanços e melhorias, sonegando o mérito a quem merece. A isso se soma o menosprezo com tudo que é considerado “velho”. São indivíduos com mais de 40 anos, taxados sempre de ultrapassados, obsoletos, superados, incapazes de absorver os avanços.

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“O equilíbrio está sempre no meio, jamais nos extremos”, era outro ensinamento do meu pai, que o tempo mostrou ser verdadeiro e sempre presente.

Tenho o privilégio de trabalhar e conviver com vários estagiários. São jovens estudantes dedicados, acessíveis e amigáveis no cotidiano. Jamais se mostram refratários às histórias de profissão que conto durante o expediente. Com isso, busco mostrar a eles as mais diversas facetas, as armadilhas da vida e da rotina como comunicadores. Sem a competência deles, o conteúdo que produzo seria em vão.

Sim, o mundo certamente seria um lugar muito melhor de viver se jovens e veteranos tivessem paciência, generosidade e integração.

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