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HISTÓRIA

Para entender melhor a imigração alemã; confira dicas de quatro obras referenciais

Chegada dos alemães a São Leopoldo, pelo pintor Ernst Zeuner

A imigração alemã para o Brasil rendeu ampla e eclética literatura, e isso desde os primeiros momentos da colonização. Cartas, memórias, diários e depoimentos, em alemão ou em português, primeiro mantidos em ambiente familiar e posteriormente tornados públicos, a partir de traduções e compilações, vivificam as inquietações e as expectativas associadas à decisão de emigrar para uma nova terra.

Outros gêneros textuais foram se agregando a esse primeiro e pungente conjunto, a ponto de hoje existir ampla bibliografia formada por textos ficcionais e não ficcionais, pesquisas, ensaios, teses, nas diversas regiões de colonização. Romances e novelas contextualizam, com criatividade e voos de imaginação, esses espaços exóticos que foram sendo ocupados por alemães e seus descendentes, até as gerações atuais. Ao mesmo tempo, obras de cunho histórico e memorial dão conta de personagens, lideranças e fatos representativos.

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Em especial no Rio Grande do Sul, que registrou as mais efetivas correntes migratórias em colônias oficiais ou particulares, há centenas de títulos em livrarias ou bibliotecas. Entre eles, o Magazine indica quatro livros referenciais: o do agente do Império brasileiro, Georg Anton von Schäffer, que serviu como campanha a fim de convencer alemães a emigrarem para o Brasil; a biografia de Dona Leopoldina, cuja atuação foi fundamental para viabilizar a vinda de imigrantes; a obra que marcou o centenário da imigração alemã, em 1924; e uma reedição, com nova tradução, de livro clássico sobre a colonização alemã, assinado pelo francês Jean Roche. Juntos, descortinam um olhar acurado sobre esse contexto.

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Uma campanha pela emigração

Nos primórdios do movimento de colonização alemã no Brasil, em áreas do Sudeste e do Nordeste, mas em especial no Sul do País, o esforço de convencimento de potenciais imigrantes teve um ardoroso defensor ou marqueteiro. Foi o alemão Georg Anton von Schäffer, que, em uma campanha empreendida em várias cidades do território que posteriormente compreenderia a Alemanha, tentava convencer ou sensibilizar cidadãos ou famílias. E uma das ferramentas que usou no sentido de divulgar ou convencer alemães foi o livro O Brasil como império independente. Nele, imediatamente após a independência brasileira, procurou demonstrar, em 1824, como e por que essa terra era destino promissor para todos os que estivessem dispostos a se aventurar além-oceano.

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  • O Brasil como império independente, de Georg Anton von Schäffer. Trad. Arthur Blásio Rambo. Santa Maria: ed. da UFSM, 2007. 367 p. R$ 44,90.

O centenário da presença alemã

Quando a colonização alemã no Sul do Brasil completava um século, em 1924, um sólido volume foi lançado para detalhar como se encontravam, na época, todas as principais colônias formadas por esses imigrantes. O livro Cem anos de germanidade no Rio Grande do Sul contempla praticamente todas as áreas da sociedade, mencionando as principais contribuições trazidas por essas famílias. Foi editado pelo Verband Deutscher Vereine, de Porto Alegre. A organização do conteúdo e boa parte do próprio texto coube ao padre Theodor Amstad, nada menos que o introdutor do cooperativismo e do associativismo em terras brasileiras. Ainda hoje, quase um século após o lançamento do volume, a obra segue como consulta obrigatória para todos os que queiram compreender melhor a colonização. Desde 1999 circula uma nova edição, da editora da Unisinos.

  • Cem anos de germanidade no Rio Grande do Sul 1824-1924. São Leopoldo: editora da Unisinos. 646 páginas. A partir de R$ 60,00.

A imperatriz teve papel central

Se Schäffer teve a missão, na Europa, de arrebanhar imigrantes, na Corte da nação recém-independente, no Rio de Janeiro, outra personagem seria diretamente responsável pelo movimento de colonização. Era a imperatriz Leopoldina, descendente dos Habsburgos que deixara Viena para se unir ao príncipe herdeiro do reino de Portugal, D. Pedro, logo o primeiro imperador do novo país. Dona Leopoldina, como evidencia livro biográfico do escritor Paulo Rezzutti, não só foi mentora da própria independência como, ao lado de José Bonifácio, orientava Schäffer, na Europa, sobre como proceder. Os primeiros alemães vinham para duas missões: para compor um exército a fim de defender a jovem Nação (e Dom Pedro) e para ocupar terras como força de trabalho livre, em alternativa à escravidão.

  • Dona Leopoldina: a história não contada, de Paulo Rezzutti. São Paulo: Leya, 2019. 432 páginas. R$ 82,90.

A colonização vista em detalhe

A obra A colonização alemã e o Rio Grande do Sul, do professor e historiador francês Jean Roche (1917-2006), que entre 1945 e 1953 residiu em Porto Alegre, segue como uma das mais importantes investigações acerca da presença e das contribuições dos teutos para a formação social do Sul do Brasil. Originalmente lançada em dois volumes, pela editora Globo, a pesquisa, de fôlego, mereceu uma reedição recente, no contexto da aproximação com os 200 anos desde o início da imigração. Agora sob o selo da editora Oikos, de São Leopoldo, e em volume único, tem a sua tradução assinada pelo professor Jorge Luiz da Cunha, que de longa data possui vínculos com Santa Cruz do Sul. Em 824 páginas, o livro agrupa todo o amplo cabedal de informações privilegiadas, e com muitas fotos, que Roche levantou sobre as marcas e os legados que os alemães deixaram no Estado.

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  • A colonização alemã e o Rio Grande do Sul, de Jean Roche. Tradução de Jorge Luiz da Cunha. São Leopoldo: Oikos, 2022. 824 páginas. R$ 299,00.

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