Dez dias após um dos homicídios mais emblemáticos registrados na região nos últimos tempos, a Polícia Civil de Rio Pardo concluiu o inquérito referente ao caso, ocorrido no dia 6. Na data, o bombeiro João Arlem Lopes dos Santos, de 55 anos, foi morto com cinco disparos de pistola efetuados pela sua própria esposa, Elisabeth Limas Estigarribia, de 59 anos. O casal tinha um filho de 16 anos. O agente de segurança levou tiros na cabeça, peito e ombros.
O crime aconteceu por volta das 11h30 de uma sexta-feira, na residência de campo do casal, na localidade de Volta Grande, interior do município. Nessa segunda-feira, 16, o delegado Anderson Faturi remeteu o inquérito ao Poder Judiciário. Ele descartou teses de legítima defesa e disparo acidental e indiciou Elisabeth Limas Estigarribia por homicídio qualificado, com a qualificadora – dispositivo que pode ampliar a pena – elencada pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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“Houve o dolo, a intenção dela em matar ele, que não teve qualquer chance de se defender”, comentou o delegado. Elisabeth assassinou João Arlem com a pistola registrada pelo bombeiro. “Matou porque quis. Inclusive, ele havia ensinado ela a atirar tempos antes”, salientou Anderson Faturi. Entre as provas obtidas pela Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo, que corroboram essa versão apontada no inquérito, estão a análise no telefone da acusada, feita com autorização do Judiciário, e também perícias realizadas na cena do crime.
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“Tudo levou a essa conclusão. Foram elementos muito contundentes. Inclusive, antes mesmo de chamar a emergência ela ligou para um advogado, o que demonstrou que estava mais preocupada com as consequências do seu ato do que tentar socorrer o marido”, salientou o responsável pela DP. A mulher ainda tomou banho antes de acionar os Bombeiros de Rio Pardo, corporação em que o marido atuava desde 2011, para atender a ocorrência.
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Possibilidade de júri popular
A dinâmica apurada pela Polícia Civil aponta que houve uma discussão entre o casal. Elisabeth Limas Estigarribia efetuou disparos em uma sala e perseguiu João Arlem Lopes dos Santos até a cozinha, onde efetuou mais tiros. Um fator que chamou a atenção da polícia foi o intervalo entre uma primeira sequência de tiros e, passados alguns instantes, outro momento de disparos.
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As forças de segurança também encontraram na bolsa de Elisabeth uma espécie de “simpatia” e uma fotografia rasgada da vítima, evidenciando que a autora do crime tinha um sentimento amoroso obsessivo pelo companheiro. De acordo com Faturi, também foi possível apurar que, de fato, a motivação foi o ciúme doentio por parte da mulher. “Havia uma desavença do casal, sobre questões de ciúme e fidelidade. E ela tinha essa possessividade sobre ele”, salientou o delegado.
Com a conclusão do inquérito pela Polícia Civil, o caso agora será analisado pelo Ministério Público, que deve oferecer denúncia. Como trata-se de um crime doloso contra a vida, há previsão de que Elisabeth Limas Estigarribia seja julgada em sessão de júri popular. Presa em flagrante, a mulher de 59 anos permanece em prisão preventiva, no Presídio Feminino Estadual de Rio Pardo.
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