O projeto Ao Encontro, desenvolvido pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE) em parceria com as escolas de sua área de abrangência, municípios e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), recebeu menção honrosa do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). O reconhecimento se deve aos bons resultados obtidos no combate à evasão escolar e na recuperação da aprendizagem dos estudantes, sobretudo após o período em que permaneceram nos formatos de ensino remoto e híbrido em função da pandemia de Covid-19.
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No primeiro semestre deste ano os promotores de Justiça se mobilizaram para buscar soluções conjuntas com o Estado e prefeituras, em áreas distintas mas interligadas – como educação, saúde e assistência social –, para os problemas que o isolamento social provocou no ensino da rede pública. Para tanto, lançaram um programa chamado Busca Ativa Escolar e Recuperação da Aprendizagem. Ao longo do segundo semestre, os números chamam a atenção. Pelo menos 80% dos alunos que estavam fora das escolas retornaram.
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Na última sexta-feira, em Porto Alegre, o MPRS realizou um evento para debater as diferentes realidades vividas em cada região do Estado acerca desses temas e também para promover a troca de experiências que deram certo. Na ocasião, os melhores projetos entre os 75 apresentados receberam a honraria da instituição. “Todas essas experiências ficaram em um banco de dados no site do MPRS e estão disponíveis para quem quiser conhecer e replicar em alguma escola ou município”, explica a promotora regional de Educação de Santa Cruz do Sul, Vanessa Saldanha de Vargas.
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Ela destaca que o cenário educacional nos 58 municípios de responsabilidade da promotoria melhorou muito no que diz respeito à frequência dos alunos e ao aprendizado. “É um trabalho que está sendo feito diariamente e estamos tendo resultados muito bons.” Vanessa reforça ainda que a sociedade precisa se envolver na educação. “Não é só a escola que deve pensar em ações para trazer esses alunos de volta. Todos aqueles que puderem contribuir de alguma forma são bem-vindos”, completa.
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Trabalho de muitas mãos, diz coordenador
Para o responsável pela 6ª CRE, Luiz Ricardo Pinho de Moura, o desfecho positivo obtido até o momento é fruto do trabalho de muitas pessoas e instituições e destacou que o reconhecimento por parte do Ministério Público é gratificante para todos os envolvidos. “Receber essa honraria do MPRS, um órgão que controla tanto essa questão da evasão escolar e do aprendizado, só nos mostra que estamos no caminho certo.” Apesar da comemoração, Moura diz que ainda há muito a ser feito e que o projeto prossegue.
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“Constantemente nós estamos em contato com as nossas escolas e monitoramos a situação”, afirma. Passadas as duas primeiras etapas, o projeto agora encontra-se na terceira fase, e o objetivo é aprofundá-lo cada vez mais. Moura diz que são complexos e variados os motivos que levam um estudante a abandonar a escola, e o programa Ao Encontro busca entender essas situações e trabalhar junto com as redes de educação, saúde e assistência social dos municípios para buscar as soluções necessárias.
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O coordenador regional revela que o abandono ocorre muitas vezes por questões socioemocionais desenvolvidas durante e após a pandemia. “Estamos conseguindo algumas parcerias e encaminhando esses alunos para psicólogos e outras instituições de saúde.” Acrescenta ainda que o propósito não é apenas trazer essas pessoas de volta às escolas, mas também garantir a permanência. “Assim conseguimos descobrir que por trás daquela ausência há uma série de fatores, que podem ser econômicos, de relacionamento interpessoal ou de saúde”, explica.
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