Aproveitar os momentos durante a viagem de ônibus para mergulhar num mundo imaginário, com muitas aventuras, é a proposta de um projeto lançado nesta semana nos Vales do Rio Pardo e Taquari. A iniciativa, chamada Viaje Lendo, é uma das formas de distribuição do livro O povo que desaprendeu a dançar. Um totem itinerante está em circulação pelas rodoviárias. A obra gratuita é da jornalista Letícia Mendes.

Nesta semana, foi dado início ao projeto na Estação Rodoviária de Pantano Grande. Quem passou pelo local na tarde dessa segunda-feira, 7, pôde levar um exemplar entregue pelas estudantes Jéssica Tainá Silva e Renata Marques, ambas de 17 anos. Nessa ação, elas deram vida às personagens Lina e Tiuna. O povo que desaprendeu a dançar é um livro criado a partir de uma peça de mesmo nome, produzida pela Andarilhos Companhia Teatral, de Rio Pardo.

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Em Pantano Grande, o totem permanecerá com exemplares até o fim desta semana. Depois disso, o Viaje Lendo vai chegar a outras rodoviárias: Santa Cruz do Sul, Encruzilhada do Sul, Lajeado e Rio Pardo. Cada viajante, independentemente da idade, pode pegar um exemplar e levar.

“Nossa intenção com essa proposta do Viaje Lendo é fazer com que o livro circule por diferentes regiões. Que cada um possa aproveitar a viagem para colocar a leitura em dia, e levar o nosso livro aonde for. Nossa ideia sempre foi buscar alcançar o maior número de pessoas com esse projeto, que criamos com tanto afeto. Queremos espalhá-lo, assim como as sementes que distribuímos em outras ações até aqui”, explica a autora.

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Ações estimulam leitura e conscientização

O Viaje Lendo é uma das etapas de divulgação e distribuição do livro, mas o projeto contempla outras atividades. Em maio, o Centro Regional de Cultura de Rio Pardo recebeu oficinas de escrita criativa, com a autora, e de ilustração, com Jéssica Alves. Responsável por ilustrar a obra, ela comandou o encontro voltado para meninas e mulheres. As artes produzidas nessa oficina, inclusive, foram utilizadas para ilustrar o totem do Viaje Lendo.

Durante o lançamento, no dia 13 de maio, sementes de girassol foram distribuídas para plantio. A obra aborda, entre outros temas como amizade e afeto, a necessidade do cuidado com a natureza. No mesmo mês, um grupo de atores da Andarilhos esteve na Escola Estadual Biagio Soares Tarantino, em Rio Pardo, onde outra ação foi realizada. Além da leitura de trechos da história, duas árvores frutíferas foram plantadas com auxílio dos estudantes.

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Quem ajudou a levar essa atividade para a instituição foi a terapeuta integrativa e naturalista Luciana Varreira, de 42 anos. Ela organiza terapias em grupo no local e participou do lançamento do livro. Ao saber que uma escola seria escolhida para o plantio das árvores, sugeriu o nome do Polivalente, como é conhecido o colégio.

“Estamos nos afastando de alguns valores e vivências necessários para nosso fortalecimento e equilíbrio, como ser humano e como parte integrante da natureza. Ações como essas nas escolas possibilitam às crianças unirem o lúdico com o resgate e equilíbrio dessa natureza. A história contada no livro nos mostra que o resgatar, o reciclar, o unir, ao invés de separar, é o caminho que devemos seguir”, analisa Luciana.

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Após o lançamento do livro, nos meses de julho e agosto, os atores estiveram em alguns locais de Rio Pardo para fazer leituras dramáticas. Os lugares escolhidos foram o Lar São Vicente de Paulo, onde são acolhidos idosos, o Orfanato Mary Taranger e a Comunidade Quilombola Rincão dos Negros. Em todos, além de encenação de parte da história, houve entrega de exemplares do livro aos participantes.

A história

Voltado para crianças, adolescentes e adultos, o livro conta a história de Tiuna. Curiosa, a menina provoca o desaparecimento de uma pipa, adorada pelo povo dela. Depois disso, ninguém mais consegue dançar no povoado. Desesperada, ela precisa deixar a montanha onde vive e se aventurar por territórios desconhecidos ao lado do fiel amigo Cazú.

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“O livro passa por muitos temas, como a degradação ambiental, sobre o quanto nos distanciamos da natureza e quem nós somos. Mas, essencialmente, acredito que o livro fala sobre buscar a humanidade como um conjunto, com empatia e união. Só assim penso que poderemos, quem sabe, plantar um futuro melhor”, diz a autora.

O projeto é realizado com recursos do edital FAC Publicações, do Pró-Cultura RS, por meio da Secretaria da Cultura do governo do Estado. Quem quiser ter mais informações sobre o projeto e as ações realizadas pode seguir @opovoquedesaprendeuadancar no Instagram.

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Cronograma

• Pantano Grande – segue até o fim da semana
• Lajeado – 17 de agosto
• Santa Cruz do Sul – 22 de agosto
• Encruzilhada do Sul – 28 de agosto
• Rio Pardo – 4 de setembro

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