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ECONOMIA

“Região pode ser o Vale do Silício brasileiro”, diz Tulio Barbosa Gomes

Foto: Alencar da Rosa

Gomes defende políticas como incentivos tributários e criação de novas incubadoras

Uma combinação de qualidade de vida e disponibilidade de mão de obra qualificada pode transformar a região de Santa Cruz, conhecida como capital mundial de tabaco, em um polo de tecnologia. A avaliação é de Tulio Barbosa Gomes, que está à frente de uma das principais empresas do setor no município. Segundo ele, porém, é preciso investir em incentivos e, sobretudo, em educação.

Natural de Minas Gerais, Gomes chegou a Santa Cruz em março de 2020, quando o fundo TBG Investimentos, do qual é sócio-fundador, adquiriu a MK Solutions, startup especializada no desenvolvimento de softwares para provedores de internet que tem clientes em todo o Brasil. É atualmente a segunda maior pagadora de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) da cidade, segundo dados da Secretaria Municipal de Fazenda. Desde então, embalada pela demanda sobre serviços digitais gerada pela pandemia, a empresa expandiu em mais de 60% o quadro de colaboradores.

Conforme o executivo, fatores como infraestrutura e segurança, somados à existência de cursos na área de computação, permitiriam a implantação do que chamou de “ecossistema de inovação”. “Temos tudo para ser o Vale do Silício brasileiro. É uma cidade muito segura, organizada, as coisas funcionam, tem universidade. Então, já tem muitos dos atributos básicos. Às vezes, vemos cidades grandes ou cidades próximas de capitais que não têm um ambiente para trazer pessoas”, observou. Segundo ele, o boom das empresas de tecnologia pode ser uma oportunidade para o município diversificar a sua economia, como acontece em regiões como Florianópolis, Belo Horizonte, Campinas, Recife e Fortaleza. “Se você pegar a lista de 30 anos atrás das empresas listadas na Bolsa de Nova York, eram empresas de petróleo, commodities. Hoje é Apple, Google, Facebook, Amazon. Então, está claro que não tem muita opção. Todas as empresas terão que ser de tecnologia”, analisou.

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Gomes sugere a criação de um grupo de trabalho formado por poder público, iniciativa privada e instituições de ensino para discutir políticas de fomento ao setor, como incentivos tributários a empresas e criação de incubadoras. O principal desafio, no entanto, ainda é ampliar a oferta de mão de obra. “Ainda temos pouca gente estudando engenharia e ciências da computação. Temos que fomentar isso, porque assim vão surgir mais pessoas capacitadas e aí mais empresas vão querer vir para cá”, comentou.

A falta de profissionais no mercado de tecnologia é um problema global. A estimativa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Ativales) é de que, apenas em Santa Cruz, a demanda chegue a entre 200 e 300 trabalhadores. Isso se agravou com a massificação do trabalho remoto com a Covid-19, já que muitos profissionais foram captados por organizações dos grandes centros do Brasil e do exterior. A própria MK possui atualmente mais de 20 vagas em aberto.

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Negócio familiar atraiu fundo

Nascida em Candelária, a MK Solutions teve origem em um provedor de internet, cujo proprietário, que era programador, resolveu desenvolver por conta própria um sistema para gerenciar a operação. Até então, praticamente não existiam no mercado ferramentas especializadas para essa atividade, o que gerou o interesse de outros empresários. Com isso, a decisão, em 2008, foi por converter o provedor em uma fábrica de softwares e trazê-la para Santa Cruz.

O crescimento da empresa chamou a atenção da TBG Investimentos, fundada em 2017 dentro do conceito de search funds (fundos de busca, em português) – ou seja, um fundo focado em encontrar uma única companhia rentável e investir nela. Após a análise de mais de 1,1 mil empresas, a escolhida foi a MK.

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Sócio-fundador da TBG, Tulio Barbosa Gomes é formado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, com apenas 18 anos, quando ainda era estudante, assumiu o negócio da família – uma varejista de materiais de construção – com a morte repentina do pai. Ao longo da carreira, trabalhou em uma consultoria estrangeira e na mineradora Vale, e cursou um MBA em Boston com uma bolsa de estudos da Fundação Lemann, fundada pelo bilionário Jorge Paulo Lemann. Foi nos Estados Unidos que conheceu o conceito de search funds, ainda pouco disseminado no Brasil, e idealizou a TBG.

A aquisição pelo fundo representou, para a MK, a transição de um negócio familiar para uma gestão profissional. Hoje a empresa, que tem sede no Bairro Higienópolis, conta com um conselho de administração e tem foco em expansão. São cerca de 120 colaboradores – do quais 50% atuam em regime de home office ou híbrido –, deve inaugurar em breve uma base em São Paulo e atende provedores regionais de internet em todo o Brasil. Com isso, seus produtos alcançam mais de 15 milhões de usuários de internet.

O carro-chefe da empresa é o MK Erp, ferramenta por onde passa praticamente toda a operação dos provedores, incluindo a gestão financeira, contratos e atendimento a assinantes. O portfólio inclui ainda produtos como MK Maps, para gerenciamento de redes de fibra ótica, e o MK Bot, de atendimento automatizado.

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