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FALANDO EM DINHEIRO

Resoluções financeiras de Ano Novo

Há vários anos circula na internet uma mensagem escrita pelo poeta Carlos Drummond Andrade que fala sobre a genialidade da pessoa que teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano. Depois de 12 meses, ainda sofrendo restrições decorrentes da pandemia do coronavírus, quando as pessoas estão no limite de suas forças, exaustas e com vontade de largar tudo, entra o milagre do ano novo. Mesmo sendo o 1º de janeiro um dia como outro qualquer, parece que tudo começa outra vez, com um novo número de ano e vontade de acreditar que, agora sim, vai ser diferente.

Toda a passagem de ano é um momento apropriado para fazer um balanço do ano que passou e traçar metas para o ano que está iniciando.

Embora o blog seja voltado, essencialmente, para a educação financeira, a vida não é feita só de dinheiro. Na avaliação do ano que passou, podemos estar “endividados” não só em contas atrasadas, mas, também, em outras áreas, como a física – falta de exercícios físicos, alimentação pouco saudável, excesso de bebidas alcoólicas, etc.; a pessoal – querer ser uma pessoa melhor, com mais tempo com a família; os relacionamentos – pouca atenção com cônjuges, familiares; a profissional – falta de comprometimento ou não estar satisfeito com a atividade que exerce, desejar um negócio próprio; a social – ter pouco convívio com pessoas fora do âmbito familiar; a política – não se interessar ou até dizer que detesta o assunto; a espiritual – se sentir que falta alguma coisa na vida, quem sabe a encontre numa comunidade espiritual na qual se identifique; e a financeira – é uma área muito sensível, onde podem surgir muitos problemas que, se deixados para serem resolvidos depois, podem aumentar, tornando-se uma “bola de neve”.

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Já como objetivos ou metas a alcançar no novo ano, as possibilidades são inúmeras. Estudo realizado pela 7Waves, startup que oferece um aplicativo gratuito para apoiar o planejamento e conquista de metas, listou os objetivos genéricos mais desejados pelos brasileiros para o ano de 2022:

  • 1º) guardar dinheiro – 50,75%;
  • 2º) buscar novos conhecimentos – 35,85%;
  • 3º) cuidar da saúde – 30,90%;
  • 4º) evoluir na carreira – 26,7%;
  • 5º) adquirir bens – 20,80%;
  • 6º) viajar – 6,99%;
  • 7º) abrir o próprio negócio – 5,81%.

O estudo mostra que metade dos brasileiros pretende guardar dinheiro. Como ainda estamos convivendo com as restrições e consequências de uma pandemia, podem existir alguns entraves para alcançar esse objetivo. A redução ou perda de renda, as dívidas e a inflação de 10,74% em 12 meses que corrói o poder de compra dos brasileiros são problemas reais que muitas pessoas terão que enfrentar e contornar.

De qualquer maneira, para fazer um ano diferente, obviamente melhor, em todas as áreas da vida, deve-se fazer coisas diferentes. É loucura fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. Lembrando a letra daquela repetida canção de passagem de ano – Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo! – não é o novo ano que tem que ser diferente, melhor, mas cada um de nós. Isso só é possível adquirindo novos conhecimentos, que é o objetivo de 35,85% dos brasileiros, conforme apurado pelo site 7waves, citado anteriormente.

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É hora de registrar aquelas promessas de início de ano, muitas vezes já esquecidas, e, com papel e caneta, planilha ou algum app, listar tudo o que se deseja fazer e alcançar em curto prazo (até um ano), em médio (até dez anos) e em longo prazo (mais de dez anos).

Especificamente na área das finanças, com conhecimentos em educação financeira, é possível ajustar a vida financeira ao real padrão de vida pessoal ou familiar, o que requer algumas mudanças. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira, sugere quatro passos:

  • 1º) praticar o desapego: importante mesmo é a saúde, a família, a prosperidade; preparar um orçamento para o primeiro mês do ano e projetá-lo para os 11 meses restantes;
  • 2º) analisar os números: é possível faltar dinheiro, principalmente com a fatura do cartão de crédito, “engordado” com os gastos de fim de ano, e despesas extras que estão por vir – IPTU, IPVA, material escolar; é o momento de enfrentar a realidade, o que pode exigir a redução de excessos e eliminação de desperdícios (sempre existem);
  • 3º) conversar com a família: embora utilize algumas técnicas – cotação de preços, elaboração de orçamento, alguns cálculos, etc – a educação financeira é, essencialmente, uma ciência humana que requer diálogo, com a participação e conscientização da família – quais os desejos e sonhos de cada um, quanto custam, em quanto tempo para realizar, fonte de dinheiro;
  • 4º) iniciar uma reserva financeira: a falta de reserva financeira agrava a ocorrência de crises financeiras pelas quais passam, periodicamente, as pessoas ou famílias, em decorrência de problemas particulares ou do pais; há uma expressão que diz que “quando a maré baixa é que se vê quem está nu”, quer dizer, quando aparece uma crise, quem está sem reserva financeira – está nu – é quem sofre mais.

Objetivos e metas decorrem de sonhos que devemos ter. Sonhos nos fazem levantar todos os dias, ir trabalhar, fazer cursos, querer melhorar de vida, etc. Mas, na virada do ano, não adianta só usar cueca ou calcinha amarela para ter mais prosperidade, se gasta tudo e mais um pouco; guardar semente de romã na carteira, se não consegue poupar; ou pular sete ondas do mar se não corta gastos desnecessários ou desperdícios.

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Listinhas de metas de início de ano, inclusive as financeiras, na prática, não funcionam porque, geralmente, não são pensadas nem planejadas. É preciso sair da zona de conforto, quebrar hábitos. O primeiro passo é o mais importante para alcançar uma meta qualquer, inclusive financeira. Como diz um provérbio, ”uma jornada de mil milhas começa com um simples passo”. Depois, ao olhar para trás, a pessoa percebe que tudo aquilo era tão simples, dependia apenas de iniciativa.

Próspero ano de 2022!

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