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CONVERSA SENTADA

Ruy Armando Gessinger: “Reminiscências juvenis”

Não sei por quais desígnios insondáveis, Deus me propiciou a grande graça de estudar, por pouco mais de um par de anos, no Colégio Santo Inácio.

Fui dar-me conta disso, do que representou aquele período, mais tarde, quando transpus diversas etapas, tanto da formação acadêmica como da profissão que abracei.

Que excelente foi o ensino naquela época. Éramos guiados pelos meandros do Latim, do Francês, do Português e de tantas outras matérias.

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Tínhamos disciplina tanto no estudo sério como no estudo livre.

Calou-me fundo o estudo livre! Viajava com Winnetou pelas relvas americanas; daí a pouco já estava, também com Karl May, em Bagdá, saboreando laranjas e tâmaras.

Por vezes brinco com meus filhos dizendo-lhes que com 14 anos de idade tinha lido mais do que todos eles juntos aos 20.

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Marcou-me a necessidade do altruísmo, da renúncia, de não fazer beicinho ante a primeira adversidade.
E os retiros!

Creio que nós todos, hedonistas, ocidentais consumistas, temos medo de ficarmos a sós conosco mesmos.

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E os passeios grandes!

Acordávamos ao som festivo de Händel prenunciando a alegre Wanderung com todos os folguedos.

Quando por vezes visitava o Kappesberg, décadas após, apertava meu coração ao ver as quadras de basquete abandonadas, as janelas fechadas. Onde estão as bicicletas, com as quais voávamos livres? Onde as paliçadas de taquaras nos extremos do campo de futebol? Onde estão os nevoeiros de junho e julho?

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Em silêncio, ouço o soluço do aluno da primeira divisão, na cama, à noite, de saudade dos irmãos distantes. Fecho os olhos e escuto o farfalhar do terço que o colega, na cama ao lado, reza.

Abro os olhos e vejo o então Frater Wetzel, sorridente, a nos ensinar as lindas canções que muito entoamos, saudosos.

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Aguço a vista e vejo, nos corredores, os demais padres, conversando naquele sistema que nunca vi em outro lugar: três de frente para outros três; uns avançando e outros recuando até o fim do corredor, quando o processo se invertia.

Ei! Aquele não é o Padre, o Padre…? Deixa para lá. Fica a citação do Wetzel como homenagem a todos.

Pergunto ao vento: o que foi feito de cada um de vocês, queridos companheiros de 1958 e 1959?

Colaborou Maristela Genro Gessinger

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