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FORA DE PAUTA

Sem nada pra dizer

Sempre que ocupo este espaço – a coluna Fora de Pauta – me preocupo em ser relevante. Quer dizer, penso bastante sobre o que escrever, para que não pareça fútil e desnecessária. É claro que nem todos os leitores verão necessidade nas minhas palavras, mas pelo menos frente a meu próprio julgamento eu tento estar à altura.

Nesta semana, aconteceu de eu sentir que não tenho nada a dizer. Mesmo assim, meu orgulho não deixa que eu admita que esse texto soe irrelevante. Foi por isso que decidi confessar a vulnerabilidade de não ter nada a dizer. Por consequência, essa pode ser uma boa oportunidade para se refletir sobre a importância do silêncio. Isso mesmo, entender quando não temos algo a dizer, quando é melhor calar, quando somos desnecessários.

Acredito que não seja nem saudável sempre se sentir apto a manifestar opinião, pensamentos, julgamentos. Na condição de jornalista, muitas vezes, sou cobrada para ter algo a dizer, seja as últimas notícias de Santa Cruz e região ou uma análise sobre a guerra na Ucrânia. A surpresa do ouvinte é quando me calo. A minha surpresa é quando me arrisco a ler comentários nas redes sociais do Portal Gaz.

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O “anonimato” proporcionado pela internet confere aos fiscais da moral e dos bons costumes a sensação de poder dizer o que querem, sem qualquer escrúpulo. Nesta semana, foi especialmente cruel visitar a página do Portal no Facebook. Em publicações sobre o Dia do Orgulho LGBTQIA+ – exploramos bastante o tema, com pesquisas, relatos, dados – não foram poucos os comentários preconceituosos e de ódio postados.

Há quem peça para que não sejam publicadas notícias e reportagens sobre minorias – textos sobre racismo e feminismo também incomodam. Só que é muito importante levarmos informação, independentemente do assunto, para todos que têm interesse em saber mais, expandir a visão de mundo. Há o que se dizer e informar sobre isso.

O que me questiono, no entanto, é sobre a necessidade e relevância de dizer ao mundo que pessoas gays não são de Deus, ou que a luta contra a homofobia é “mimimi”, perda de tempo. Ao me deparar com tais escritos, reforço a minha ideia de que é preciso usar as palavras para fazer diferença no mundo. É por isso que escolho me calar quando não tenho nada a dizer.

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Ao mestre, com carinho

Uma das alegrias da minha vida de jornalista é saber que conheci pessoas em virtude disso. Pessoas que não conheceria se tivesse tomado qualquer outro rumo na vida. Uma dessas figuras é o Ricardo Düren, que foi meu professor, na universidade, e editor, aqui na Gazeta. Aprendi com ele nos dois ambientes.
Pra mim, ele se tornou uma espécie de guru, pois não hesito em caminhar os dez passos que separam nossas mesas para tirar qualquer dúvida. Para ouvir as piadas que ele faz sobre minha altura, no entanto, nem preciso me levantar da cadeira. A partir dos próximos dias, a distância vai aumentar, assim como a minha admiração. Sucesso hoje e sempre.

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