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ESPORTE

Skate: Santa Cruz abraça a modalidade

Foto: Rafaelly Machado

Gabriel Kwiatkowski Júnior, de 33 anos, contribui para o desenvolvimento da prática

O skate foi apresentado ao mundo por meio dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A estreia da modalidade foi um sucesso, ainda mais para o Brasil, com três medalhas de prata: Kelvin Hoefler e Rayssa Leal no street e Pedro Barros no park. Ainda tivemos Dora Varella, Yndiara Asp, Isadora Pacheco, Letícia Bufoni, Pâmela Rosa, Felipe Gustavo, Giovanni Vianna, Luiz Francisco e Pedro Quintas. Muitos deles fãs de lendas do esporte, como os multicampeões Bob Burnquist e Sandro Dias.

O presidente da Associação dos Skatistas de Santa Cruz do Sul, Gabriel Kwiatkowski Júnior, de 33 anos, anda de skate há 20 anos. Sempre esteve envolvido em todos os acontecimentos da modalidade na cidade. Ainda adolescente, participou do projeto para a construção do Skatepark na Praça Siegfried Heuser, inaugurado em março de 2007. Para ele, o skate promoveu um espetáculo para o público geral. “Muita gente viu como é bacana. Muitas vezes, foi considerado coisa de vagabundo e marginal. Mas todos viram como é necessário ter disciplina e muita prática. A Olimpíada serviu para quebrar tabus. Uma menina de 14 anos deu alegria ao País inteiro”, destaca.

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O ativismo de Gabriel na causa, na busca por melhores condições junto ao poder público, conduziu-o ao sonho de viver profissionalmente do skate. Atualmente, ele atua na Secretaria de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte após ter rodado o mundo em competições. A secretaria vai reativar o projeto social voltado ao skate nos bairros Margarida, Belvedere, Bom Jesus e Santa Vitória, agora com o nome “Futuro sobre rodas”. Haverá uma cerimônia simbólica no dia 12, durante a 36ª Oktoberfest, para marcar a retomada. As crianças vão receber equipamentos e tênis.

Segundo Gabriel, o governo atual é favorável ao desenvolvimento do esporte e os projetos já estavam em andamento, independentemente do posterior sucesso do skate na Olimpíada. A intenção é a construção de pequenas pistas em cada bairro para ajudar incentivar os jovens iniciantes.

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Praticantes de Santa Cruz do Sul têm o Skatepark como principal referência na cidade

Representatividade nos projetos sociais
Gabriel desenvolveu o projeto social “Skate é vida” em parceria com a Prefeitura, que atendia aproximadamente 500 alunos. O objetivo era levar os ensinamentos do esporte às comunidades. “Metade dos que andam hoje em dia foram meus alunos. Deu para formar uma geração de novos skatistas.”

Em 2011, após vencer o circuito do interior gaúcho, Gabriel teve a oportunidade de competir no exterior. Desde então, profissionalizou-se e o projeto social seguiu com amigos durante mais dois anos. “Em 2016, tive a melhor manobra durante o Mundial, na Flórida. Viajei bastante, consegui prêmios. Ainda tenho patrocínio em San Francisco, com a Embassador. No ano que vem, vou lançar um pro model com o meu nome”, comenta.

Em uma das vindas para Santa Cruz, Gabriel articulou a construção de uma pista de street no Bairro Santa Vitória. Mais tarde, os próprios skatistas construíram a pista no Parque da Oktoberfest. “Ali foi o marco, onde começou o movimento do skate em Santa Cruz. Era um sonho reativar aquele ponto, o que aconteceu há três anos”, explica.

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O Santa Vitória ainda vai receber uma pista no estilo pump track, o que abrange outros esportes, inclusive com cadeira de rodas. Gabriel deixou de lado algumas competições para fortalecer as oportunidades do skate.

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Trabalho antes do Skatepark
Segundo Gabriel, havia um volume considerável de skatistas em Santa Cruz antes da construção do Skatepark. Porém, o movimento cresceu com a construção da pista, que tem as dimensões oficiais de competições internacionais. O local foi palco de etapas dos campeonatos gaúcho e brasileiro.

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Yndiara Asp, de 23 anos, esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o primeiro com a inclusão do skate. As primeiras manobras da catarinense aconteceram em Santa Cruz. “É muito legal ver o que ela conquistou. Isso mostra o que uma pequena obra pode proporcionar”, ressalta Gabriel.

Ele abriu uma skate shop há dois meses, até para direcionar equipamentos de qualidade aos iniciantes. Após a Olimpíada, a procura cresce a cada dia. “Os pais passaram a incentivar mais por visualizarem que é um esporte saudável”, observa Gabriel.

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Alternativa para a prática
Há três anos, Santa Cruz do Sul conta com a The Box Skatepark, um espaço com acesso pela rua ao lado da Modal Transportes, na BR-471. Geison Rodrigues é o proprietário do local, que conta com uma pista no estilo park dentro de um contêiner, junto com um bar e uma loja de produtos.

Um dos focos é a iniciação. Com isso, os professores Carlos, Otávio e Kiko recebem alunos para o processo de formação. Um dos praticantes é Gabriel Hohgraefe, de 8 anos, incentivado pela mãe Graziela Aguiar Nunes. “Ele é muito dedicado. O skate é excelente para o equilíbrio e concentração. Ele adora”, comenta Graziela. Atualmente, o total de alunos chega a 130.

Geison explica que a orientação dos instrutores é importante para um desenvolvimento maior do praticamente, inclusive com a evolução das manobras. Além disso, o lugar é aberto para quem deseja somente andar. Inclusive, há a possibilidade de formação de grupos de escolas ou empresas para aulas. Segundo ele, a procura tornou-se maior após os Jogos Olímpicos. “O esporte passou a ter mais visibilidade. Tem muita menina inspirada na ‘Fadinha’. A percepção mudou, antes havia muito preconceito. Hoje somos procurados por diversos públicos, de todas as classes sociais”, enfatiza.

A The Box conta com uma mini ramp e uma pump track no espaço externo, uma pista democrática que também pode envolver treinos de ciclismo, por exemplo. Os equipamentos para a prática podem ser alugados no local. Os professores viajam frequentemente para aperfeiçoar as técnicas, principalmente em Florianópolis, considerada um dos centros de referência no mundo. “O skate é um esporte que envolve todos. Não tem idade. São vários benefícios para a saúde, como o desenvolvimento motor, equilíbrio, propriocepção, fortalecimento muscular e fortalecimento cardiorrespiratório”, explica o professor Carlos Hoehr, parceiro no projeto de iniciação e aperfeiçoamento no skate.

Há um projeto para construção de uma pista do estilo street e surf skate, para inclusão das modalidades nas aulas, o que vai ampliar o número de praticantes. Os contatos para horários, inscrições e outras informações podem ser feitos via Instagram (@theboxskatepark) ou 99214 2492.

Carlos Hoehr é o instrutor do aluno Gabriel Hohgraefe na The Box, situada na BR-471

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