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Direto da Redação

Sobre tombamentos

Os últimos dias foram marcados por notícias que requerem debate sério e urgente (e, na sequência, certamente ações proativas) na comunidade de Santa Cruz do Sul, temas que se estendem à região como um todo, pois esta deve ser vista de forma macro na hora de tratar do desenvolvimento sustentável.

Na coluna da semana passada, neste mesmo espaço, lançou-se a pergunta: o que será das tipuanas? Era uma referência aos propósitos para manutenção e preservação do túnel verde da rua central de Santa Cruz, afinal um cartão-postal há décadas, que as gerações atuais só possuem (com sombra e ar puro) porque no passado alguém plantou essas árvores e cuidou delas.

Entidades, organismos e profissionais avaliam como seguir cumprindo a tarefa da conservação. Cuidados, exemplares dessa espécie podem, perfeitamente, ter sua vida útil estendida por 150 anos ou mais. É só uma questão, e até simples, de zelar por elas. E árvores significam qualidade de vida em qualquer ambiente.

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Mas como zelar por elas e preservá-las? Isso poderia ser visto com muita facilidade. Bastaria uma visita a Porto Alegre. Ali, a algumas poucas quadras da Estação Rodoviária, fica a Rua Gonçalo de Carvalho. E o que se vê nela? Um túnel verde, do porte do que emoldura a rua central de Santa Cruz. E, por coincidência, também de tipuanas, uma espécie muito indicada e adotada para arborização urbana em toda a América do Sul, da qual é nativa.

A diferença entre cá e lá é que, enquanto parte da opinião pública de Santa Cruz vê nelas um problema, na Capital ninguém sequer cogitaria subtrair espécime. Acontece que, plantadas por moradores na década de 30 (e, portanto, contemporâneas das daqui), chamaram de tal modo a atenção, até fora do País, por sua exuberância, que a via é nomeada de “a rua mais bonita do mundo”.

E mereceu lei específica do Município, de 2006, que a tombou como patrimônio histórico, cultural, ecológico e ambiental. Com as tipuanas, poder público e comunidade lidam com carinho e orgulho. Manutenção de copas, raízes, galhos, calçadas, tudo ali pode ser conferido ao vivo e a cores (o verde, naturalmente).

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Quanto a tombamento, parcela da comunidade de Santa Cruz parece ter outra interpretação do conceito. Para alguns, é basicamente colocar abaixo. Prédios, bosques, árvores em ruas do Centro e do Cinturão Verde, tantos elementos que seriam, também para as gerações vindouras, ícones de memória e de cultura, tudo rui. O próximo alvo?

Então, nessa semana, veio a notícia de que a região recuou de forma um tanto drástica na participação no bolo do ICMS. Mais queda, mais um tombo. Santa Cruz, por exemplo, saiu da sétima para a 11a posição entre as maiores economias do Estado. Enfim, a mesma sociedade que por vezes não hesita em eliminar a arborização urbana, patrimônio ambiental e turístico e base de qualidade de vida; e em derrubar de forma indiscriminada sua arquitetura histórica, é a que de repente também recua na economia. E, de forma algo conveniente, talvez até busque evitar, nem que por um pequeno instante, associar uma coisa à outra. Um bom final de semana a todos.

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