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OBJETIVA MENTE

Sono em crise

O sono é uma fundamental função psicofisiológica. Durante esse importante período de nosso dia, muitas coisas acontecem: sedimentação de memórias, limpeza de processos celulares, liberação de hormônios e tantas outras atividades indispensáveis para a manutenção da saúde do indivíduo. Engana-se quem pensa que dormir é sinônimo de apagar. Sabemos que o sono é um processo ativo que tem uma arquitetura própria e fases definidas.

Dentre as perturbações do sono, a mais comum é a insônia. Ela é definida como a dificuldade ou incapacidade de pegar ou manter o sono, com sonolência diurna e prejuízo nas atividade diárias. Muitas insônias são transitórias, causadas por situações específicas de angústia ou euforia. Até aí, sem maiores problemas. Porém, quando essa insônia se torna crônica, as consequências danosas aparecem, causando piora em doenças já existentes ou ainda outros transtornos.

Insônia afeta cerca de 50% das pessoas. E os números têm piorado devido ao aumento de exposição a telas (TV, celular e tablet), uma redução sistemática do número de horas de sono e a perda de balizadores externos da rotina em função das medidas contra a pandemia. A maioria das pessoas teve suas rotinas e horários bagunçados pelos decretos, incluindo os horários de acordar e dormir, algo tão necessário para manter um sono saudável.

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Muitas são as possíveis causas de insônia. As mais comuns incluem ansiedade, depressão, dor crônica, doenças metabólicas, neurológicas, respiratórias e urinárias, demências, luto, preocupações excessivas, conflitos, dificuldades financeiras, ambiente barulhento e iluminado, trabalhos em turnos noturnos, entre tantas outras. É importante ressaltar que a insônia está associada com piora do desempenho cognitivo (inclusive com suspeita de causar Alzheimer) associado a desemprego, alcoolismo (muitos bebem para poder dormir) e suicídio. A maioria das pesquisas sobre método e tentativas de suicídio acontece durante madrugadas insones.

Existe tratamento para a insônia. Seja ela qual for e como for, o tratamento pode mudar a vida da pessoa. O primeiro passo é a higiene do sono, um conjunto de medidas que visa oportunizar um sono de melhor qualidade. Horários regulares de deitar e levantar, ir para cama somente quando se está com sono, usar a cama só para dormir, estabelecer um ritual de relaxamento (banho quente e reduzir a luz), evitar álcool e refeições pesadas, evitar cochilos durante o dia e atividade física regular leve fazem parte dessas estratégias.

Se isso não resolver, podemos pensar em tratamento medicamentoso. Infelizmente ainda há muito medo e desconhecimento sobre estas medicações. Mas uma coisa é certa: tratar com remédios é muito melhor do que não dormir. Ainda mais que temos novos medicamentos bastante seguros que visam melhorar a qualidade do sono sem causar problemas, como dependência e sedação excessiva. Procure ajuda para que você possa cair nos braços de Morfeu. Sua saúde agradece.

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