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MARCIO SOUZA

Tão perto e tão distante

Chico Buarque desenhou o povo brasileiro em forma de música. “O meu pai era paulista; meu avô, pernambucano; o meu bisavô, mineiro; meu tataravô, baiano; meu maestro soberano foi Antonio Brasileiro”, canta o mestre da música popular brasileira. É um pouco do que se pode ver ao participar de uma iniciativa como a Expedição Os Caminhos do Tabaco. O projeto da Gazeta Grupo de Comunicações percorre os três estados do Sul à procura de novidades na cadeia produtiva da fumicultura. Desta vez, a equipe integrada por mim, Alan Toigo, Alencar da Rosa e Giovane Weber conheceu, entre outras pessoas, Arriel Lüdtke.

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Natural de São Pedro do Sul, no centro do Estado, o gaúcho tem em sua propriedade a típica miscelânea cultural que forma este país. Ele viveu por muitos anos no Mato Grosso, onde conheceu sua esposa, Patrícia. Ela é paulista de nascimento. Unidos geraram Vinícius, o filho mato-grossense. Agora, moram e produzem no Rio Grande do Sul. E a curiosidade não está apenas na origem dos integrantes da família. Também chega à mesa. Uma hora passa chimarrão, daqui a pouco vem tereré e, por fim, um café preto e forte – com bastante açúcar, casamento perfeito para um bolo de fubá.

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Está na mesa, talvez, a maior discrepância. Quem gosta de música sertaneja já deve ter ouvido Fernando e Sorocaba: “O carvão tá estralando, joga a carne na grelha; vai começar a fumaceira. Hoje é sucesso, não tem erro, o povo já tá chegando e a cerveja tá trincando”. Assim é a descrição do churrasco, que na prática tem percebida essa diferença. Pedaços bem finos de carne são colocados sobre a grelha; pegam cor de um lado, são virados, pegam cor no outro, e estão prontos para comer – nada de espetos, nem sal grosso.

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Na mesa dos Orlowski, em São Mateus do Sul, no Paraná, muita carne nesses moldes e a cerveja artesanal sem álcool, com ingredientes que podem ser adquiridos na bodega do interior. Sem mistério, mas com sabor. Assim recebem as visitas e fazem questão de que todos tenham a sensação de estar em casa. Em Canoinhas, Santa Catarina, foi outra bebida que chamou a atenção: o refrigerante Água da Serra. Os sabores framboesa e laranjinha têm cores brilhosas, como se fosse néon.

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Além da mesa, em Paula Freitas, Sul do Paraná, em meio ao tumulto de uma propriedade com múltiplos cultivares, Ela está lá, com um espaço voltado estrategicamente para a estrutura de secagem do tabaco, com seu manto azul decorado e uma coroa dando-lhe como honraria o título: rainha. Dessa forma está Nossa Senhora Aparecida, dando a mão aos que passam por ali e cuidando do coração, como cantou Daniel. E assim vivemos no Sul do Brasil, tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe.

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