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CONTRAPONTO

“Uber” de votos

Nada de novo no “front”. O que assistimos reiteradamente são retratos de um modelo de governo de bases fisiológicas, ainda que nominado de presidencialismo de coalizão. Sofisticação retórica à parte, é simplesmente um governo de cooptação.

Não convém responsabilizar os imediatos governos anteriores, Temer, Dilma e Lula, por exemplo, eis que o precursor foi Fernando Henrique Cardoso (gestão 1995-2002). Mas, em comum, todos leram e aplicaram o mesmo “manual do usuário”. Inclusive Bolsonaro.

Não se trata de um manual político-ideológico, daqueles repletos de planos estratégicos para o futuro e bem-estar da nação. É um simples manual de manutenção do poder e diminuição dos obstáculos à vontade do governo. Ou do interesse de reeleição do governante da hora. 

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Em troca de cargos e liberação de verbas orçamentárias, entre outros mecanismos de sedução, a romaria de parlamentares e partidos dá sustentação ao governo em curso e aprova tudo sem discutir o mérito e a oportunidade. Salvo raras exceções. Para manter aparências de regularidade e institucionalidade.

Todas as votações importantes são submetidas à chantagem e ao fisiologismo, objetos de negociações e “preços” absurdos. Logo, ministérios e secretarias são balcões permanentes de “jogadas ensaiadas”.

Possíveis afinidades políticas e ideológicas nem são consideradas. Mesmo quando humilhados pelo governo, esses partidos (de aluguel) e seus membros fazem de conta que não houve nada e prosseguem sua jornada “noite adentro”.

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Como o apoio é baseado em constante troca de favores, resulta uma (des)ilusão nacional, uma farsa democrática. Trata-se de uma democracia de baixa qualidade, dizem os cientistas políticos.

Pior. Nessas circunstâncias decorre uma consequência nefasta e deseducadora institucionalmente. Não é possível ser oposição, não há “oxigênio político-ideológico” e, praticamente, não há margem de ação.

Seja em qualquer governo, dito de centro, à esquerda, ou à direita, não importa sua declarada latitude ideológica, a regra geral é simples: os potenciais aliados de ocasião estão indiferentes ao tradicional catálogo.

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É tudo quase como um “uber de votos”. Você dá o itinerário e o destino, e ele vem imediatamente, a preço previamente combinado. Resulta que parece com aquelas festas da qual todos querem participar. Festas sem preconceitos e com a “copa” liberada. Sem medo de ser feliz.

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