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LUÍS FERNANDO FERREIRA

Vamos falar do que interessa

Já que é para comentar, reclamar, protestar, vamos falar do que interessa. Há muitos problemas no Brasil que exigem soluções urgentes. Começando pelo aumento exorbitante do custo de vida, com as altas frequentes nos preços de alimentos, combustíveis, medicamentos, produtos de limpeza, de praticamente tudo. Viver está cada vez mais caro.

Com o valor da carne bovina nas alturas, até mesmo achar alternativas em conta se torna difícil. A carne de frango, substituto natural, acumula sucessivos aumentos e a expectativa é de continuar subindo. E o consumo, naturalmente, vai caindo. As pessoas migram para ovos, batatas… Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, as carnes tiveram elevação de 38,17% nos últimos 12 meses, no Brasil.

O dólar alto – na faixa dos R$ 5,00 – ajuda a explicar essa situação. Com um cenário mais vantajoso para exportações, os produtores começam a vender mais para fora, o que reduz a oferta interna e resulta em aumento de preços para os brasileiros.

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Também há o desemprego crescente, de 14,7% no primeiro trimestre (IBGE), e o empobrecimento da população durante a pandemia. Criticar a metodologia do IBGE não ajuda em nada a resolver o problema. O fato de a pobreza extrema avançar deveria ser preocupação de todos. Se a questão social não lhe importar muito, pense no impacto negativo sobre o consumo e, portanto, na economia, no desenvolvimento. Vale lembrar uma imagem expressiva usada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, no livro A sociedade individualizada. “Mede-se a capacidade de carga de uma ponte pela força de seu pilar mais fraco. A qualidade humana da sociedade deveria ser medida pela qualidade de vida de seus membros mais fracos”, escreve. No Brasil, infelizmente, parece que alguns preferem ver a ponte desabar.

Vamos falar sobre a saúde pública ainda precária e a educação, tão elogiada em frases de efeito e eternamente sucateada na prática. Enfim, não faltam coisas que interessam. O que realmente não interessa é insistir em uma polêmica rasa como a do voto impresso, instigada por um político que se elegeu várias vezes pela urna eletrônica – como deputado e presidente – e nunca viu fraude em nenhuma dessas ocasiões.

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