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JOSÉ ALBERTO WENZEL

Várzea: rumo ao futuro!

Em dias de novembro, desafiados pelas mudanças climáticas mundo a fora, segue um quase diário local:

Dia 13 – Chove desde sexta-feira e assim poderá seguir. Prenúncios apontam para o dobro de chuvas historicamente previstas para novembro. A régua junto a estação de coleta de dados hidrometeorológicos, identificada pelo código 85830000, acusa 5,55 metros.

Ao passar em frente à moradia de dona Neusa dos Santos, ela aconselha: “Para resolver as enchentes aqui da Várzea é preciso fazer uma taipa, do lado de cá do Rio Pardinho, entre os dois asfaltos.” Junto à tubulação, implantada em 2008, uma garça alça voo. Como são bonitas as asas dos pássaros livres!

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Dia 15 – Feriado. As águas não chegam aos 3 metros da régua fluviométrica. O casal Ariane e Anderson Raasch interrompe seu trajeto e acentua a necessidade de ampliar a bitola da tubulação instalada sob a Rua Irmão Emílio. Um pouco adiante, pequenos peixes brincam com as bolhas formadas pelos pingos da chuva, que aperta…

Dia 18 – Chove muito, em toda região, desde ontem. O noticiário transmite os alertas de Hardi Panke e Adriane Gass. Guilherme da Silva e seus colegas da Defesa Civil orientam cuidados. Estela defende melhorias logísticas. A par das providências imediatas, as sugestões vêm chegando.

Eneias Vieira e seu vizinho Ederson Figueiredo sugerem a substituição da tubulação existente por dutos de galeria. Por sua vez, Paulo Ohland recomenda a construção de um “canal seco”, cuja cota de fundo estaria em nível superior à cota normal de vazão do Rio Pardinho, com o que o canal passaria a receber as águas em excesso.

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Elmiro Voese não duvida: “hora de fazer um detalhado levantamento planialtimétrico, para tomar as melhores decisões.” Atento às manifestações, Ari Fernandes entende que “a partir de agora muita coisa boa poderá acontecer”. Ao lado do secretário César Cechinato, aceitamos o guarda-chuva que nos é oferecido. Ao entardecer, o Portal Gaz noticia o resgate e atendimento, pelos bombeiros, de uma senhora.

Dia 19 – 14 horas de domingo. As águas baixaram ao nível das gramíneas. A régua revela 5,68 metros. Junto ao campinho, no vértice sudeste do piscinão norte, nos vêm à mente as proposições destes dias que se somam às mais de 20 manifestações dos moradores da Várzea, vereadores e empresários, por ocasião da reunião presidida pelo vereador Leonel Garibaldi, no dia 6 de novembro na Câmara de Vereadores, em que o Executivo também participou, bem como esteve presente o presidente do Bairro Várzea, Alcindo Vanderlei da Rosa.

Hora de ouvir a todas e todos, avaliar possibilidades, corrigir erros e reforçar acertos. Hora do fluir das diferenças e consensos. Achega-se o tempo de, aliando conhecimento e convivência, fazermos da Várzea um modelo socioambiental que integre o bairro, os Piscinões, o Lago Dourado, o Cinturão Verde, a cidade e os diferentes biomas, até porque o Rio Pardinho é leito natural de uma bacia hidrográfica geobiodiversa e não cano de passagem.

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Dia 22 – Chove. Com a chuva, o sol também retornará. Sol e chuva em tempos de severa transição climática. A partir de um aprendizado colaborativo, emerge um crescente sentimento de respeitosa reverência pelas pessoas, águas, terras e demais criaturas. Quanta vida a preservar em dias de todos os meses!

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