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Relíquias do Rio Grande

VÍDEO: a história também é contada nas praças de Rio Pardo

Foto: Marília Nascimento

Monumento ao Soldado Desconhecido na Praça 30 de Abril

As praças de Rio Pardo guardam capítulos importantes da história e que muitas vezes passam despercebidos por quem circula por esses lugares. O último episódio da série Relíquias do Rio Grande conta hoje um pouco do que as principais áreas verdes da Cidade Histórica têm para apresentar ao público. São pelo menos 13 praças mapeadas no perímetro urbano. Elas levam nomes de personagens rio-pardenses que marcaram a comunidade local e até nacional. Além de homenagens através das estátuas e até mesmo dos bancos históricos.

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Praça da Matriz

A Praça da Matriz é oficialmente a Praça Protásio Alves, nomeada assim pela lei municipal de 14 de abril de 1959. Localizada em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário, é uma das mais conhecidas da cidade. O local é usado para lazer e também recebe alguns dos principais eventos do município.

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Protásio Alves foi um rio-pardense que nasceu em 21 de março de 1859. Ele se formou em Medicina no Rio de Janeiro e atuou como secretário do Interior nos governos de Borges de Medeiros, Carlos Barbosa e Salvador Pinheiro Machado. Também foi vice-presidente do Estado entre 1918 e 1928. Foi o primeiro diretor da Faculdade Livre de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, de 1898 a 1907. Desde jovem, era membro ativo do Partido Republicano do Rio Grande do Sul e atuou como deputado em 1891. Primeiro diretor de Higiene do Estado, lutou contra a tuberculose. Protásio faleceu em 5 de junho de 1933, com 74 anos, em Porto Alegre.

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Apesar de levar o nome de Protásio Alves, o busto no centro da praça homenageia outro rio-pardense, Pedro Alexandrino de Borba. Doutor Pedrinho dá nome à área em frente à Igreja São Francisco. A área ganhou esse nome através do ato municipal de 16 de agosto de 1928, o qual considerava que deveriam ser homenageados aqueles que se destacaram na coletividade, não só pelas qualidades como pelos serviços prestados à causa pública.

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Fotos: Marília Nascimento

Praça da Cruz do Barro Vermelho

Em Ramiz Galvão, entre o fim da Avenida dos Amaraes e o início da Avenida dos Ferroviários, localiza-se a Cruz do Barro Vermelho, na Praça 30 de Abril. Ela relembra a data da sangrenta batalha da Revolução Farroupilha que ocorreu nesse ponto. Essa história já foi contada aqui no Relíquias, em um dos primeiros episódios.

Em 1838, as tropas farroupilhas venceram os imperiais na Batalha do Barro Vermelho. O ataque aconteceu durante a madrugada e foi rápido, durou pouco mais de uma hora, envolvendo um efetivo de 2,8 mil republicanos contra 1.546 imperiais. A ala esquerda dos imperiais era comandada pelo Coronel Guilherme José Lisboa, que lutou até a morte para defender sua posição.

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Após a batalha, os republicanos descobriram que havia uma banda completa entre os prisioneiros, inclusive com os instrumentos. O general Netto quis conhecer o maestro da banda, Joaquim José de Mendanha, dizendo que todos os músicos seriam muito bem tratados. Foi nesse momento que Netto pediu para Mendanha compor a música para um hino. O maestro concordou, mas aproveitou para pedir ao general que o seu comandante, o coronel Guilherme José Lisboa, fosse enterrado com honras. Netto aceitou e providenciou o funeral, que teve a presença de todos os oficiais superiores do Exército Republicano.

As comemorações da vitória na batalha duraram muitos dias e um grande espetáculo solene foi organizado no Teatro 7 de Setembro, o Casarão Azul da Rua General Godolfin, quase esquina com a General Osório. No local, o hino composto pelo maestro Mendanha foi executado pela primeira vez.

A Batalha do Barro Vermelho, que origina o hino, tem lembranças na Praça 30 de Abril. A Cruz do Barro Vermelho relembra os imperiais. E o Monumento ao Soldado Desconhecido, bem mais recente, feito de forma particular pela Associação Grupo de Amigos Rafael Oliveira, a Agaro, mostra o farroupilha tradicional – o farrapo, o rebelde.

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Praça São Francisco

Pedro Alexandrino de Borba fez Medicina seguindo a própria vontade. O pai queria que ele seguisse a carreira militar. Em 1906, como médico formado, voltou à terra natal. Sempre se dedicando à caridade, era chamado carinhosamente pela comunidade de doutor Pedrinho. Foi intendente municipal de 1924 a 1928. Em 1937 foi nomeado médico-chefe da Caixa Econômica Federal, cargo em que ficou durante anos. Também foi major-médico da Guarda Nacional. Em 1921. fundou uma creche para crianças carentes. Quando era chamado para atender um paciente, nunca cobrava a consulta. Ele faleceu em 8 de maio de 1952, em Porto Alegre.

Popularmente conhecida como a praça da São Francisco, a área arborizada no meio do centro da cidade tem um busto em homenagem ao Barão do Triunfo, José Joaquim de Andrade Neves. O rio-pardense nasceu em 1807 e faleceu em 1869 na Guerra do Paraguai. Os quatro cantos do gradil que protege o busto são formados por armamentos utilizados na batalha. A praça também tem uma caixa d’água da Corsan, construída na década de 1950, para garantir o abastecimento aos pontos mais altos da cidade.

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Praça da Rodoviária

Entre as ruas João Pessoa e Senhor dos Passos está localizada a praça Barão de Santo Ângelo. Popularmente é conhecida como Praça da Rodoviária, já que, por muitos anos, o terminal funcionou nas proximidades. É uma das mais antigas da cidade. Guarda alguns monumentos, como o que traz a carta testamento de Getúlio Vargas e a estátua de uma mãe com uma criança no colo, fruto de uma homenagem do Rotary à mãe rio-pardense. E também tem um busto em homenagem às professoras Ana Aurora e Zamira do Amaral Lisboa. Outra característica marcante são os bancos antigos que ostentam nomes de pontos comerciais de Rio Pardo.

O Barão de Santo Ângelo foi Manuel Araújo de Porto Alegre. Ele nasceu em Rio Pardo em 29 de novembro de 1806. Aos 16 anos foi para a Capital, onde iniciou os estudos de pintura e desenho. Anos mais tarde, em 1827, foi para o Rio de Janeiro, quando ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes. Os estudos o levaram para Paris, em 1831, onde permaneceu por sete anos. Retornou ao Brasil em 1838, assumindo o cargo de professor na Academia de Belas-Artes. Foi nomeado pintor oficial da Câmara Imperial, em 1840, e executou a decoração da coroação de D. Pedro II e também do casamento do Imperador com dona Teresa Cristina. Em 1848 foi para a Escola Militar.

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Começou a vida política em 1852. Dois anos depois foi nomeado por Dom Pedro II como diretor da Academia Imperial, implantou a chamada Reforma Pedreira, que promoveu mudanças no ensino e conciliava escolas e inovações técnicas. Como pintor oficial da família imperial e diretor de obras dos paços imperiais, ficou responsável por diversos projetos arquitetônicos, como o Paço Imperial, o Banco do Brasil, a Escola de Medicina e a Alfândega. Colaborou com revistas e dirigiu o primeiro jornal ilustrado com caricaturas do Império. Fundou a Imperial Academia de Música e Ópera Nacional. É o patrono da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 29 de dezembro de 1879, em Portugal.

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