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IDEIAS E BATE-PAPO

Vigaristas de plantão

Quando se ouve que o Brasil é “um caso mundial a ser estudado” ou, como dizem os memes da internet, “agora a Nasa vem!” muita gente considera um exagero, uma depreciação da nossa terra que aos olhos de muitos soa perfeita. Fatos repetidos à exaustão nos mais diversos segmentos de atividade humana do país, no entanto, corroboram esta fama do que parece impossível de compreender. Os absurdos não param de nos desafiar, causando preocupação, vergonha e um sentimento de frustração contínua.

Converso com muita gente diretamente envolvida na organização de campanhas beneficentes destinadas ao socorro da população atingida pelas enchentes do início de setembro e que impactaram o Vale do Taquari e também o entorno de Porto Alegre. As histórias que ouço poderiam até ser motivo de desconfiança da minha parte. Mas são narradas por pessoas de minha inteira confiança. A maioria é de amigos de longa data que se empenham na ajuda aos necessitados diuturnamente, arregimentando parceiros de forma incansável.

Soube esta semana que roupas doadas para os atingidos pela intempérie foram encontradas para venda em um brechó de uma das cidades duramente alagadas pelo Rio Taquari. Esse amigo, que narrou o episódio, acrescentou que os voluntários se veem obrigados a arrancar as etiquetas de peças novas, doadas por milhares de gaúchos, para tentar mitigar a incidência de desvios. “É uma maneira que encontramos para driblar, pelo menos em parte, as barbaridades que muita gente comete explorando a solidariedade que tomou conta do Rio Grande do Sul. É lamentável constatar a criatividade que esses bandidos têm para cometer verdadeiros crimes contra as boas intenções de tanta gente!”, lamenta o narrador.

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Não fosse eu um repórter do tipo “casca grossa”, que já cobriu inúmeros fenômenos semelhantes e tragédias – embora nada parecidas em intensidade –, iria considerar esses episódios como “estórias” e não “histórias” e que chegam ao meu conhecimento quase todos os dias. Por essas e outras ocorrências é que cresce o contingente de pessoas solidárias que se negam a participar de campanhas através da entrega que não seja diretamente aos beneficiários.

“A gente nunca sabe onde vão parar os donativos, embora muitas entidades e instituições empenhadas em ajudar sejam constituídas de gente séria. Por isso, entregamos tudo em mãos”, contou uma amiga de longa data. Ela reuniu 20 amigas – todas aposentadas e nascidas no Vale do Taquari – que vão semanalmente aos municípios da região para distribuir todo tipo de material diretamente à população atingida. Parece que a ocorrência de vigaristas cresce na mesma proporção com que aumenta a solidariedade. Lamentável!

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