Quem não gosta de assistir a uma disputa, uma luta, uma competição? É da natureza humana sentir-se atraído para tal, assim como para a bola, o jogo e o encontro (temas de crônicas anteriores). De sorte que, ao longo dos tempos, todo tipo de evento público para esse fim ganha adeptos, e não poucos, como mostra o nosso popular futebol, em todos os cantos do mundo e, assim, em nosso entorno. Mais ainda quando se alia um bom nível de organização e, mesmo não se tratando de jogos considerados “amistosos”, preservam a “amistosidade”.
A vivificação disso tudo está presente em campeonatos desse esporte em nosso interior, como é o caso modelar do Departamento de Futebol de Monte Alverne, um dos mais antigos e organizados que se conhece, com 47 anos de existência e que se mantém consistente e persistente, oferecendo constantes razões para atrair as pessoas e justificados méritos a serem reconhecidos. Neste fim de semana, sábado, ocorreu a decisão final da edição 2025, em que tive a honra de ser o homenageado e entregar a taça aos vencedores, junto com organizadores e apoiadores.
Mesmo um tanto “esgualepado” por acidente doméstico, não deixei de comparecer e pude vivenciar todas as emoções deste momento especial. Não podia me “mixar”, sabendo, por exemplo, o que já contei da sua história, com toda riqueza de fatos que envolve, no livro Bola no pé, coração na mão, 2018, sobre os 40 anos do campeonato, em que um atleta até com dedão quebrado, e muito inchado, não teve dúvida para entrar em campo e participar de disputa decisiva (no caso, um dos valentes integrantes da família Schulz, que nos primeiros anos compunha quase a metade do EC Gaúcho de Vitorino Monteiro).
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Ali por perto, no distrito de Saraiva, ao Norte do Município, ocorreu o jogo final da categoria de Titulares, entre as equipes local (Sersa, existente desde 1962) e da sede do principal distrito, Monte Alverne (EC São José, de 1960), agremiações mais antigas do campeonato, só superadas pelo EC Boa Vista, de 1959, e com vários títulos. Como se sucedeu na sua primeira conquista do troféu maior, em 1990, “o antigo e vitorioso Saraiva”, como identificado no livro, disputou o título novamente com “o glorioso Zequinha da Vila”, e foi o grande vencedor.
No mesmo embalo da emocionante decisão dos Aspirantes, dia 1º de maio passado, em São Martinho, com a vitória do time local diante da representação também da Vila, a disputa atraiu bom público, transcorreu em plena normalidade, com arbitragem até da Federação Gaúcha apoiada pelo Poder Público, e lances de alta qualidade, por vezes ríspidos, mas sempre respeitosos (descontando palavrões comuns a tais momentos, a que não se dá muita “bola”), encerrando com o êxtase dos vencedores, o reconhecimento dos vencidos e o recebimento dos merecidos troféus.
Foi possível assistir a um belo jogo, numa linda tarde de sábado, em meio à natureza, no campo cercado do Saraiva, acomodado nos fundos, ao lado do diretor da Afubra e sempre apoiador Benício Werner e outros patrocinadores, do novo vereador Sortica e dos ativos dirigentes do campeonato, o presidente Vitor Bauermann, a secretária Betina Mahl e tesoureira Juliana Zappe, enquanto o vice Luciano Muller acompanhava sua equipe anfitriã. Notava-se, a todo instante, o zelo dos responsáveis para tudo funcionar a contento, como nunca faltar a esfera central da disputa, a bola (mesmo com declives e matos próximos), onde entrava em ação o serelepe “Frantz”. Não faltaram os bem alinhados momentos de abertura e conclusão com entrega de medalhas e taças aos artistas da bola.
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Mas, acima de tudo, estavam presentes a emoção de cada lance, a vibração da torcida, a cordialidade e disciplina apesar da tensão, a alegria e o lazer ao lado da seriedade e compromisso em propiciar, como a cada ano, bons espetáculos de futebol, por todos os participantes (em 2025, ainda o Monterey, de Linha Antão, e o EC Boa Vista, desse distrito). Mostra-se um qualificado futebol amador, quase profissional, com todos os aspectos de tais iniciativas, mas em que sobressaem as melhores virtudes humanas, expressas por líderes voluntários que buscam fazer o melhor por suas comunidades e apoiadores que neles apostam, para que as boas disputas continuem acontecendo em nossa terra e sendo atração constante para nossa gente.
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