O professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) Marcelo Vieira Migliorini transformou um dos cômodos de seu apartamento, no Bairro Verena, em um escritório. É lá onde ele realiza parte das atividades remotas.
No entanto, lida diariamente com um entrave: a instabilidade da internet. Devido à dificuldade de acesso pelo Wi-Fi, acaba recorrendo à rede móvel do celular por garantia. Para reuniões importantes ou nas orientações remotas com os mestrandos da unidade da Uergs, o professor já utiliza a 4G para prevenir transtornos.
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A situação, segundo ele, prejudica o andamento de suas atividades. “Quando estou conseguindo me concentrar, a internet cai e perco o foco. Fora que também atrapalha os momentos de lazer, já que não consigo assistir um filme com a família”, desabafa. Após muitas conversas com a empresa responsável, uma nova visita técnica foi marcada, com a esperança de que o transtorno seja finalmente resolvido.
Em 2024, problemas de lentidão ou velocidade reduzida como o de Migliorini renderam 686 reclamações na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) somente no Rio Grande do Sul. Destas, 11 foram em Santa Cruz do Sul.
A instabilidade afeta não apenas as residências, mas o comércio. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Ricardo Bartz, é um problema que atinge todas as etapas dos processos de vendas, desde a consulta aos serviços de proteção ao crédito, acesso a banco de dados, emissão de boletos e notas fiscais. “A agilidade, nesse contexto, é fundamental, principalmente para gerar uma experiência positiva para o cliente, que geralmente não gosta de esperar.”
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Manutenção preventiva garante maior eficiência
De acordo com o analista de redes da Himarte, Fernando Jacobsen, interferências físicas, como cabos danificados ou mal conectados, são os principais fatores responsáveis pela instabilidade. Obstáculos estruturais, desde paredes espessas ou o excesso de dispositivos conectados, também podem vir a enfraquecer o Wi-Fi.
Para garantir uma rede mais estável, ele recomenda que as empresas realizem monitoramento constante, com a detecção e correção rápida de falhas. Na Himarte, ressalta, é feito um monitoramento proativo, que age antes mesmo de o cliente perceber alguma falha. “Manutenções preventivas, tecnologia atualizada e suporte técnico eficaz fazem toda a diferença.”
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Quanto aos clientes, Jacobsen recomenda manter os equipamentos bem posicionados, de forma a evitar locais fechados ou obstruídos. Outra saída é o uso de cabo de rede (Ethernet) sempre que possível, especialmente em dispositivos como televisores e computadores.
O que diz a Anatel
O consumidor tem o direito de registrar, junto à Anatel, queixas contra as operadoras de telecomunicações quando considerar que elas não cumprem suas obrigações. Antes disso, ele deve primeiro contatar a prestadora de serviço. Se o problema não for resolvido no contato inicial, deve procurar a ouvidoria da empresa.
De acordo com a Anatel, as operadoras são obrigadas a fornecer qualquer informação sobre o serviço contratado. Também devem resolver qualquer problema técnico ou de cobrança em um prazo determinado.
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A agência recomenda ainda que o consumidor exija e anote e o número do protocolo de atendimento, por ser a prova de que a operadora sabe do problema e deve uma resposta. Se a empresa não responder ou não der uma solução adequada, então é possível procurar um dos canais da Anatel.
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