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SANTA CRUZ

Assassinato motivado por desavenças no aluguel leva trio a júri

Foto: Cristiano Silva

Réus: Guilherme D’Ávila e Katiele Vitória Hermes foram presos em Boqueirão do Leão

Um dos homicídios mais singulares registrados em Santa Cruz do Sul nos últimos anos marcará a abertura das sessões do Tribunal do Júri em 2023. Três jovens, atualmente com 21 anos, vão sentar no banco dos réus na próxima quinta-feira para responder pelo assassinato de Luis Machado, de 46 anos, ocorrido em 2 de novembro de 2020.

Ele foi morto com requintes de crueldade, a machadadas, dentro de uma lavoura na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota. A trama do bando para assassinar o homem foi descoberta em uma investigação da Polícia Civil. Cinco jovens, na época com 14, 16 e três de 19 anos, entre inquilinos e familiares de Luis, foram os acusados. De acordo com a 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), o crime teria sido motivado por desavenças em razão do aluguel.

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Luis Machado morava em uma casa do Corredor Schuck, Bairro Dona Carlota, com sua mãe e o enteado – sua esposa havia falecido cerca de um mês antes do crime. Na casa ao lado moravam os outros quatro indiciados, incluindo sua sobrinha. Confome a polícia, a vítima ficava cobrando o aluguel deles e se utilizava de certas situações, como desligar a água da casa ou a luz, para forçá-los a pagar.

Nisso começou o atrito, com agressões verbais, principalmente entre a sobrinha e Luis, que culminaram no desfecho trágico. Os dois adolescentes – o enteado, hoje com 16 anos, e a sobrinha, atualmente com 18 – vão responder pelo crime no Juizado da Infância e da Juventude. Na época do homicídio, eles chegaram a ser apreendidos nos bairros Santuário e Santa Vitória.

Seus nomes foram mantidos em sigilo pelas autoridades em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Já o casal Guilherme Miguel D’Ávila e Katiele Vitória Hermes mais Henrique Gabriel Pires, os três hoje com 21 anos, vão a julgamento. A sessão começará às 9h30, no Salão do Júri Juiz Gerson Luiz Petry, no Fórum, e será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, titular da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz. A única testemunha a depor será o delegado Alessander Zucuni Garcia.

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O promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos, autor da denúncia, atuará pelo Ministério Público. Guilherme e Katiele, que serão defendidos na sessão pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior, estão presos preventivamente desde 27 de novembro de 2020, quando foram localizados pela 2ª DP escondidos em uma residência de familiares em Boqueirão do Leão. Ele está no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

Ela se encontra na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, para onde foi transferida no último dia 2 de dezembro, após responder a procedimentos administrativos durante sua permanência no Presídio Feminino Estadual de Rio Pardo. O casal, nas audiências de instrução, usou o direito de permanecer calado. O terceiro réu, Henrique Gabriel Pires, responde pelo crime em liberdade e será defendido pelo advogado criminalista Mateus Porto. À Gazeta, o defensor afirmou que seu cliente se declara inocente das acusações.

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A noite do crime

Sete jurados serão sorteados para julgar a conduta dos acusados nesta quinta-feira. Os três réus foram indiciados por homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – de motivo torpe (desavenças por causa do aluguel) e recurso que dificultou a defesa da vítima (Machado foi atacado sozinho por um bando).

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Segundo a Polícia Civil, Luis Machado era usuário de drogas e bebia com frequência. As investigações da 2ª DP apuraram que, na noite do crime, os envolvidos o convidaram para sair em busca de entorpecentes. Pouco depois da meia-noite, Machado e quatro deles saíram de carro pela Rua Victor Frederico Baumhardt, no sentido bairro-Centro. Em certa altura do trajeto, os acusados inventaram que o veículo havia ficado sem gasolina.

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Vítima tinha 46 anos | Foto: Divulgação

Luis ficou de buscar ajuda com um amigo nas redondezas e saiu a pé. O plano do bando era assassiná-lo nesse momento, porém, um dos participantes desistiu e o quarteto retornou para casa, deixando Machado nas imediações do Corredor Morsch, ainda no Bairro Dona Carlota. Na volta, os cinco indiciados teriam conversado e decidido, por fim, que deveriam dar cabo de Luis.

Na segunda tentativa, já com os cinco dentro do veículo, a vítima foi abordada por volta das 3 horas, nas proximidades de uma lavoura de tabaco. O enteado de 14 anos teria investido contra o padrasto com um machado e acertou o primeiro golpe. Desnorteado, Luis buscou se defender e correu para a lavoura, mas foi alcançado, derrubado e golpeado violentamente no corpo e no rosto. Segundo a Polícia Civil, quatro pessoas participaram da ação na lavoura, e o quinto, Henrique Gabriel – que era o motorista –, ficou no carro, à espera.

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Depois, os cinco seguiram em direção a Vera Cruz e jogaram o machado no Rio Pardinho. Mais tarde, ainda teriam ido a um encontro entre amigos ao ar livre. A Brigada Militar encontrou o corpo desfigurado às 8 horas do dia seguinte. “É um caso que se torna chocante devido à participação desses parentes da vítima e pela cena bárbara, com golpes de machado no rosto. O fato de eles terem ido a uma festa na sequência só demonstra a frieza, sem ressentimento nenhum”, comentou o delegado Alessander Zucuni Garcia, na época do indiciamento.

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