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CONTRAPONTO

Astor Wartchow: “Choque de civilizações”

O norte-americano Samuel Huntington (1927-2008) é autor de um livro que antecipou o que estamos vivenciando atual e intensamente. Premonitoriamente, Choque de civilizações (1996) apregoou que os movimentos e conflitos pós “guerra fria” seriam religiosos e culturais.

A rigor, sua obra reafirmou conceitos similares (e anteriores) do filósofo polonês Feliks Koneczny (1862-1949), pioneiro na ciência comparada das civilizações. Huntington também é autor de outra obra importante, A ordem política nas sociedades em mudança (1968).

Ainda que atento e observador dos terríveis e desumanos fatos em curso, sob as narrativas que convêm às partes, sem entrar no mérito do quanto cada qual diz a verdade, vou destoar das abordagens correntes. Destoar não significa desacreditar, muito menos minimizar as tragédias pessoais e coletivas. Também estou perplexo e comovido. Prossigo.

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Entendo que os presentes conflitos recolocam na ordem do dia o tema do imperialismo. Quer por motivações geopolíticas ou não, o ocidente impõe, periodicamente, práticas civilizatórias (sic) e regimes políticos aos demais povos, através de ações prepotentes e arbitrárias; militares, quase sempre.

Historicamente, vejam no que deu a África e o Oriente Médio. Sua divisão territorial, patrocinada e idealizada pelo ocidente, ignorou as seculares divisões tribais e regionais, transformando essas regiões em cenários permanentes de conflitos. A questão palestina, por exemplo, é um notório e oscilante termômetro mundial.

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Relembremos o conceito de imperialismo: é o estabelecimento da soberania política de uma nação sobre povos e territórios estrangeiros. Suas motivações podem ser econômicas, estratégicas e de manutenção de poder e preservação de áreas de influência.

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Inglaterra, França, Estados Unidos e Rússia, principalmente, destacam-se por essa prática intervencionista. A Rússia ocidental impusera-se aos demais povos da (ex) comunidade soviética.

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A Inglaterra, todos lembram, era “o reino onde o sol nunca se punha”, tantos eram os territórios sob seu controle. Os Estados Unidos, sucessor dos impérios decadentes, promoveram uma rotineira ocupação cultural e financeira, mas também sob o signo de seu aparato bélico.

Alguns historiadores julgam superado o debate em torno do imperialismo e sua significação dado o moderno caráter da globalização e seus efeitos gerais e periféricos. Mas não parece ser o que temos visto ultimamente.

Infelizmente, alguns líderes mundiais esquecem as aulas clássicas de direito internacional, principalmente aquelas que preconizam “o princípio da livre autodeterminação dos povos”.

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Pior, confirmam o lendário ditado: lobos trocam o pelo, mas não a índole!

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