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Aumento de golpes durante a pandemia

Não bastasse a grave crise gerada pelo novo coronavírus, com a implantação do distanciamento social, obrigando as pessoas a ficarem em casa, principalmente as que fazem parte dos grupos de risco, e deixando empresas com atividades não essenciais sem faturamento e, obviamente, sem condições de pagar funcionários, fornecedores e impostos, é preciso ficar atento às ameaças cibernéticas. Meliantes estão aproveitando a pandemia para praticar vários tipos de golpes. São os coronas do submundo se manifestando em novos golpes e reciclando antigos.

Relatórios mostram que, nos Estados Unidos, por exemplo, campanhas de phishing por e-mail, usando a Covid-19 como isca, surgiram imediatamente após a confirmação dos primeiros casos de infecção, em janeiro deste ano. Simulando um comunicado oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) e contendo um link para um suposto documento sobre como prevenir a propagação do vírus, as pessoas eram direcionadas para um domínio malicioso que coletava dados de acesso.

No Brasil, com o objetivo de evitar as aglomerações e combater a proliferação do novo coronavírus, os bancos têm reforçado a importância do uso de seus canais digitais. Com isso, as pessoas estão utilizando, cada vez mais, os aplicativos das instituições financeiras, o que lhes permite realizar quase todas as operações bancárias e ter acesso a diversos produtos e serviços (fazer transferência, tirar extrato, pagar contas, pedir empréstimo, negociar dívidas, contratar seguros, etc).

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Com o aumento do uso da internet e dos aplicativos dos bancos, os bandidos digitais criam armadilhas para capturar dados, senhas e informações pessoais dos clientes e, em pior caso, levá-los a fazer pagamentos em benefício dos criminosos. Um dos golpes é o do motoboy (nada contra os profissionais que se arriscam para entregar todo tipo de produto). Fazendo-se passar por funcionários de bancos, os criminosos comunicam a realização de transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Após obter informações sigilosas, como senhas e dados pessoais, os golpistas informam que um motoboy vai recolher o cartão que estaria clonado para que sejam feitas outras análises e o cancelamento das operações irregulares.

Os meliantes chegam à audácia de sugerir que a vítima corte o cartão ao meio, mas no sentido horizontal, para inutilizar a tarja magnética, o que, entretanto, mantém intacto o chip, permitindo realizar operações com aquele cartão. A respeito desse golpe, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa que os bancos nunca enviam funcionários para recolher cartões de clientes. Além disso, alerta que, se o cliente for descartar um cartão, deve inutilizar o chip para impedir que novas operações sejam realizadas.

Na esteira da pandemia, outro golpe que apareceu são as dezenas de aplicativos falsos relacionados ao auxílio emergencial criado pelo governo federal. Os golpistas se aproveitam da necessidade de as pessoas se cadastrarem para receber o benefício para roubar informações sigilosas. De acordo com a Febraban, as pessoas devem desconsiderar qualquer informação que não esteja nos canais oficiais dos governos e empresas.

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Nas redes sociais, há muitas notícias falsas, a maioria relacionada à política e ao coronavírus. Nesses dias, uma falsa oferta de cerveja Heineken chegou a quase 160 mil pessoas. A isca era um falso “prêmio” de quatro barris de cerveja para ficar em casa durante a pandemia. Após responder a diversas perguntas inofensivas, as pessoas tinham de compartilhar a promoção com 10 contatos ou grupos para ganhar o brinde. Ao fazer isso, abriam o canal para que os criminosos enviassem notificações e links maliciosos.

Mesmo quem é experiente na compra pela internet, tem caído em golpe. Cerca de 20 pessoas foram vítimas da loja Datum Magazine de São Paulo, com CNPJ em dia, que vendeu milhares de unidades de álcool gel e máscaras cirúrgicas, tendo recebido os valores combinados, através de transferência bancária. Como a mercadoria não foi entregue na data prevista, as vítimas tentaram entrar em contato com a empresa, verificando que ninguém atendia ao telefone e o site estava fora do ar.

Existem outros golpes que estão sendo aplicados, requerendo muito cuidado dos cidadãos.  Alguns lembram os antigos “batedores de carteira”, pois não se valem de tecnologias, apenas da cara e coragem. É o caso do meliante que, apresentando-se como funcionário de alguma entidade, exibindo até crachá, solicita contribuições em dinheiro ou em mercadorias para alguma finalidade filantrópica. Outros, dizendo-se agentes de prefeituras e governos estaduais, querem aplicar vacinas contra a gripe ou colher exames que identifiquem a Covid-19, cobrando algum valor ou aproveitando para roubar alguma coisa. Tem, ainda, quem aproveitou a preocupação das pessoas em se protegerem da contaminação do corona vírus para “fabricar” álcool em gel, em falta no início da pandemia devido à alta demanda, sem autorização, estrutura técnica e qualidade necessárias.

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Não é de hoje que os criminosos comuns ou mais sofisticados, como hackers, tiram proveito de situações catastróficas ou grandes eventos mundiais para fazer vítimas. Sites falsos para tentar explorar vítimas que precisam de apoio financeiro ou páginas falsas de aconselhamento médico ou psicológico são apenas alguns exemplos do que os cibercriminosos podem fazer. Com o aumento da quantidade de pessoas em casa, dependendo principalmente de seus dispositivos celulares e computadores, a tendência é que os ataques de golpes aumentem, exigindo maiores cuidados de seus usuários.

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