O passeio com a esposa pelo interior de Gramado, nessa segunda-feira, 18, terminou de uma maneira surpreendente para o bombeiro militar Pedro Rizza dos Santos. Ele salvou um motorista de caminhão, que acabou caindo em um barranco na estrada de Linha Ávila Baixo. Ao presenciar o acidente, não teve dúvidas sobre o que fazer e, mesmo estando de folga, arriscou a própria vida para retirar o condutor do veículo, que ficou apoiado em uma pequena árvores e corria risco de despencar ainda mais.

Natural de Porto Alegre, Santos tem 27 anos e fez o curso de bombeiro militar em Santa Cruz do Sul, em 2019. Depois de formado, foi destacado para atuar em Gramado, onde trabalha desde então. Nessa segunda, no entanto, não precisava trabalhar. Contudo, ao ver o caminhão-guincho carregado com um automóvel cair no penhasco ao dar passagem para uma caminhoneta que vinha logo atrás, não hesitou ao se colocar à disposição. “Na hora, a gente não pensa, só sabe que precisa fazer”, resumiu.

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Para o motorista resgatado, que gravou um áudio no WhatsApp para agradecer, Santos foi um enviado de Deus. “Eu fiquei muito abalado. Ele estava passando pelo local e me socorreu, quebrando o vidro. Agradeço a Deus por essa pessoa estar ali naquela hora. Quando a gente vê a morte perto da gente, não tem preço para pagar quem nos ajuda numa hora dessas”, afirmou.

Com a impossibilidade de abrir as portas para retirar o condutor do caminhão, Santos utilizou uma faca resistente, que tinha no carro, para quebrar o para-brisa dianteiro. Foi através dessa abertura, que o motorista conseguiu sair. A principal preocupação do bombeiro era que o veículo caísse ainda mais. Segundo explicou, a queda foi interrompida por uma árvore, a mais ou menos cinco metros, mas o barranco tinha, pelo menos, 15 metros de altura. “Se isso acontecesse, ele pararia em um riacho. Meu primeiro pensamento foi que ele pudesse estar esmagado”, relatou.

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O acidente aconteceu por volta das 17 horas e o resgate durou mais de 15 minutos, já que Santos não contava com equipamento de segurança e nem os utensílios adequados para a ação. A esposa de Santos, Maria Eduarda, no momento de salvamento, ficou responsável por fazer contato com o Corpo de Bombeiros de Gramado, cuja sede fica a cerca de 10 quilômetros de distância do local do acidente. Na região, porém, não há sinal de telefonia. Ao bombeiro, coube a função de tranquilizar o motorista e fazer uma rápida avaliação das condições de saúde, para levá-lo de volta à estrada. “Ele não podia se mexer muito, para não forçar o caminhão e cair ainda mais”, disse.

Depois de abrir o para-brisa e tirar o motorista de dentro do caminhão, Santos contou com a ajuda de outras pessoas que passavam pelo local para puxá-los até a estrada. O caminhoneiro, que usava cinto de segurança no momento do acidente, não teve nenhum ferimento. Uma guarnição dos bombeiros chegou cerca de meia hora depois de tudo estar resolvido, devido à distância. Na manhã desta terça-feira, 19, o veículo foi retirado. “Eu não pensei que poderia me machucar, só pensei que precisava ajudá-lo”, finalizou.

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