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JULHO AMARELO

Campanha alerta para prevenção às hepatites virais

Foto: Katieli Kohls/Gazeta da Serra

Enfermeira Angelica destaca importância da prevenção

Foi instituída no Brasil em 2019 a campanha “Julho Amarelo” que visa alertar para a luta contra às hepatites virais. Conforme o Ministério da Saúde, a iniciativa busca reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

A enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica e Imunizações em Sobradinho, Angelica Dallazen, destacou que a hepatite é um tipo de inflamação do fígado que pode ter diferentes causas. As hepatites podem ser causadas por vírus e bactérias diversos e até mesmo pelo consumo excessivo de substâncias, como certos tipos de medicamentos e até mesmo de drogas e bebidas alcoólicas. “Certas condições autoimunes também podem causar hepatite no paciente, sendo que é preciso investigar seu quadro médico de forma precisa, para indicar o tipo de tratamento mais adequado àquele paciente”, explicou.

De acordo com a enfermeira, os principais sintomas da hepatite são: inchaço na barriga, amarelamento da pele (icterícia) e dos olhos, náuseas e vômitos, urina mais escura que o normal, coceira na pele, perda de apetite, mal-estar, fezes esbranquiçadas, fadiga e cansaço. Há diferentes formas de hepatite. Angelica salienta que são classificadas como: A, B, C, D, E, F, G, hepatite autoimune, hepatite medicamentosa e hepatite crônica. “Independente do tipo de hepatite, é importante que o diagnóstico seja feito na fase inicial da doença para evitar a progressão e a necessidade de realização de transplante de fígado”, afirmou.

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Segundo a enfermeira, quanto às formas de transmissão, as hepatites virais podem ser classificadas em dois grupos: o grupo de transmissão fecal-oral (em que está o HAV) tem seu mecanismo de transmissão ligado à condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. A transmissão percutânea (inoculação acidental) ou parenteral (transfusão) do vírus A são muito raras.

O segundo grupo (em que se incluem o HBV e o HCV) possui diversos mecanismos de transmissão, como o parenteral, sexual, compartilhamento de objetos contaminados (agulhas, seringas, lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de manicure), utensílios para colocação de piercing e confecção de tatuagens e outros instrumentos usados para uso de drogas injetáveis e inaláveis. Há também o risco de transmissão através de acidentes perfurocortantes, procedimentos cirúrgicos e odontológicos e hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança.

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“Hoje, após a triagem obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite C), a transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados é relativamente rara. A transmissão por via sexual é mais comum para o HBV que para o HCV. Na hepatite C poderá ocorrer a transmissão principalmente em pessoa com múltiplos parceiros, coinfectada com o HIV, com alguma lesão genital (DST), alta carga viral do HCV e doença hepática avançada. Os vírus das hepatites B e C possuem também a via de transmissão vertical (da mãe para o bebê). Geralmente, a transmissão ocorre no momento do parto, sendo a via transplacentária incomum”, enfatizou.

Formas de prevenção

Angelica reiterou que entre as formas de prevenção estão: evitar o contato com sangue infectado ou de quem se desconheça o estado de saúde; não partilhar objetos cortantes e perfurantes, nem instrumentos usados para a preparação de drogas injetáveis; e usar sempre preservativo nas relações sexuais. Conforme ela, a realização de tatuagens, a colocação de piercings e de tratamentos com acupuntura só deve ser feita se os instrumentos utilizados estiverem adequadamente esterilizados.

Tratamento

O tratamento para hepatite varia de acordo com a sua causa, ou seja, se é causada por vírus, doença autoimune ou uso frequente de medicamentos. No entanto, Angelica explicou que normalmente é recomendado o repouso, hidratação, boa alimentação e suspensão do consumo de bebidas alcoólicas por pelo menos 6 meses para evitar mais danos ao fígado e acelerar o processo de recuperação.

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“Além disso, pode ser recomendada a suspensão de medicamentos que a pessoa esteja fazendo uso, mesmo que não seja essa a causa da hepatite, pois durante a doença o fígado não é capaz de metabolizar corretamente os medicamentos, havendo maior produção de toxinas e prejudicando ainda mais o organismo. Nos casos mais graves, pode ser necessário que a pessoa permaneça no hospital para que seja acompanhada, sendo liberada quando a doença está mais controlada, porém deve-se continuar o tratamento em casa”, relatou a enfermeira.

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Vacinação

A enfermeira explicou que até o momento existe vacina contra os tipos de hepatite A e B:

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Hepatite A

A vacina contra a hepatite A faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e é indicada para crianças de 1 ano a menores de 2 anos, em dose única, e com proteção permanente. Quando necessário, a vacina de hepatite A pode ser recomendada pelos médicos e estão disponíveis nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Hepatite B

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A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança, do adolescente e do adulto, e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS), que ampliou a oferta da vacina para a faixa etária de 30 a 49 anos. Além disso, todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde.

Testes

Angelica expõe que em decorrência da pandemia da Covid-19 não será realizada campanha, porém, as unidades de saúde possuem agendamentos para a realização de testes rápidos para a detecção precoce da hepatite. Os interessados podem procurar a sua unidade e agendar o exame. A enfermeira alertou que a prevenção é o melhor caminho.

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